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TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

30
Set07

Gritos

João Madureira

 

Por vezes sinto gritos dentro de mim. Gritos dos outros e dos que foram meus. Gritos dos que morreram calados e dos que engoliram toda vida os seus gritos de revolta e de quem já ninguém se lembra.

29
Set07

Decorar o silêncio

João Madureira

 

Lembro-me de quando queria saber tudo, dizer tudo e lembrar tudo.

Ainda comecei a aprender o nome das árvores para não me esquecer da sua necessidade de sol e água.

Também decorei teoremas geométricos, desenhei letras, números e objectos.

Depois tentava explicar a alguém o que é o infinito e ficava em silêncio. Era então que sentia como o mundo morre a cada dia que passa.

 

28
Set07

Paranóia

João Madureira

 

Ainda consigo ter o senso comum de pensar que não é lógico que um nosso amigo do peito nos envie uma carta anónima a insultar-nos.

Sei que isso é possível.

Mas também é provável que tudo não passe de paranóia.

 

27
Set07

Perspectivas

João Madureira

 

São inúmeras as perspectivas dos objectos e das palavras com que os descrevem. São inúmeras as perspectivas ideológicas. E as religiosas. E as outras. Todas as outras. Há, até, a perspectiva da dor, onde a dor mais recente apaga a dor mais antiga.

Só que essa é uma perspectiva errada. A dor é cumulativa. Por isso os dias avançam. Por isso o tempo bate forte no nosso corpo.

 

25
Set07

Terra de ninguém

João Madureira

 

Não tenho a mínima ideia de como cheguei até aqui. Só sei que é preciso sair. Acho que necessito de salvar a alma. Ou o que resta dela em mim.

Quando digo isto aos meus amigos, nenhum deles percebe o que lhe estou a dizer.

Para dizer a verdade, nem eu os percebo a eles.

Somos estrangeiros em terra de ninguém.

 

24
Set07

Pling, plong, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng…

João Madureira

 

Plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, lang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong, plang, plong, plang, plung, plang, plang, plang, pling, plung, pleng, pleng, pleng, pling, pling, plong…

23
Set07

Tempo de olhar para os sinais (III)

João Madureira

Para que não se interprete o que aqui se escreve como produto do acaso ou de mera incompatibilidade ideológica, vou de novo citar Hannah Arendt e a sua obra “As Origens do Totalitarismo”: “Exactamente porque se supunha que as ideologias tivessem natural conteúdo utilitário é que a conduta antiutilitária dos governos totalitários e a sua completa indiferença pelo interesse das massas causaram um choque tão profundo”.

22
Set07

Tempo de olhar para os sinais (II)

João Madureira

 

Cita-se muito Enfantin, e com razão, porque ele pressentia a chegada do tempo em que “a arte de movimentar as massas estará tão perfeitamente desenvolvida que o pintor, o músico e o poeta terão o poder de agradar e comover com a mesma certeza com que os matemáticos resolvem um problema geométrico, ou um químico analisa qualquer substância”.

Foi aí que nasceu a propaganda moderna.

Estou em crer que alguém muito instruído do Governo leu e aprendeu muito com o engenheiro e teórico francês.

 

21
Set07

Tempo de olhar para os sinais (I)

João Madureira

 

Hannah Arendt escreveu no seu livro “As Origens do Totalitarismo” que “do ponto de vista demagógico, a melhor maneira de evitar discussão é tornar o argumento independente de verificação no presente e afirmar que só o futuro lhe revelará os méritos”.

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