A epifania das pedras duvidosas
Olho para as pedras e tenho dúvidas. Dúvidas existenciais. Tenho dúvidas, muitas dúvidas, sobretudo dúvidas existenciais. E outras. Ou outras? Sobretudo dúvidas. Muitas dúvidas.
Cada paralelo um dúvida. Ou mais que uma. Talvez duas. Talvez três. Ou quatro… dúvidas. Sim, dúvidas. Dúvidas existenciais e outras. Ou outras. Quantas dúvidas tenho!? Dúvidas existenciais.
Olho para as pedras e tenho dúvidas. As tuas e as minhas. Dúvidas, muitas dúvidas. E muito existenciais.
Eu tenho dúvidas. E muitas.
Tenho dúvidas sobre o rigor das pedras, ou sobre o seu alinhamento. Dúvidas sobre o alinhamento, sobretudo das pedras. Ou sobre o rigor das dúvidas.
Uma boa dúvida requer rigor, muito rigor.
Tenho dúvidas sobre o alinhamento, sobretudo sobre o alinhamento das pedras. E também tenho dúvidas sobre as pedras. Sobre o seu rigor. Sobre as suas rigorosas dúvidas.
Tenho ainda dúvidas sobre as dúvidas, ou sobre o seu alinhamento, ou, até, sobre o rigor das dúvidas das pedras duvidosas. Isto partindo do princípio de que as pedras têm dúvidas, do que eu duvido.
Por isso olho para as pedras e duvido da minha dúvida com a certeza que ainda duvidarei mais da existência.