A teimosia do abate
Razão tem o meu amigo José. Cada vez é mais difícil de honrar o imperioso preceito de manter a dignidade neste país que se vai desmantelando em pequenos golpes de corrupção, vaidades pessoais e anacronismos socais e políticos.
A cada dia que passa mais a nossa história colectiva se assemelha à história da “Abelha Maia” adaptada para os correctores e demais pessoal da bolsa.
O parlamento parece um palacete de duendes parasitas, histriónicos e histéricos, ou, quando não, um teatro radiofónico ao jeito dos “Parodiantes de Lisboa”.
O nosso primeiro-ministro assemelha-se, em muito, a um lenhador que agora, e de repente, pretende endireitar o país abatendo as árvores de uma floresta que o próprio ajudou a tratar e a ampliar.
Tem fé no abate das árvores. Não na sua plantação.
Para si, e para os seus, pretende ficar com os grandes troncos e distribuir, com justiça social, os guiços sobrantes.
Muita gente avisada já lhe tentou explicar que o abate indiscriminado de árvores não é o melhor caminho para ordenar a floresta. Mas ele lá continua a serrar e a rachar lenha e a não dar ouvidos a ninguém.
Não tarda muito para que Sócrates confesse amargamente que não foi ele quem abandonou o povo português, mas que foi o povo quem o abandonou a ele.
Entretanto deverá rumar para qualquer empresa pública de topo, ou para alguma organização internacional, rachar lenha
É que a história tende a repetir-se.