Sinais de desintegração (II)
E aqui estamos nós naquilo a que os velhos do Restelo profetizavam e, por incrível que pareça, aconteceu.
Somos agora um pequeno rectângulo no extremo sul da Europa.
Europa que não nos quer, não nos ama e apenas nos tolera, porque somos mestiços.
Aos seus olhos somos uma pequena possibilidade turística, um mercado com interesse moderado, uma fonte de mão-de-obra barata e um bom mercado para recrutar trabalhadores.
Todos os sacrifícios feitos pelos portugueses ao longo dos séculos foram borda fora.
Agora somos, apenas, um povo vazio e indefeso.
E, na sucessão inglória dos nossos vários líderes partidários e dos sucessivos primeiros-ministros, ninguém nos diz, em nome da nossa dignidade, e sem mistérios, para onde vamos, porquê e para quê.
Resta-nos adivinhar.