A tensão do entardecer...
Quando tinha dezasseis anos acreditava nas coisas.
Acreditava na capacidade para interpretar os sinais. E as intenções. As boas e as más intenções.
Acreditava que saber coisas era um orgulho e um estímulo.
Acreditava na lógica.
Mesmo sentindo, mais do que percebendo, acreditava que cada acontecimento provoca inexoravelmente o seguinte, o que, pela lógica, exige a existência dialéctica do anterior. Tudo explicado pelo contínuo desenrolar dos acontecimentos.
Só mais tarde, e com a inocência devidamente estragada, me dei conta que a soma de todos os acontecimentos não desvendam, nem explicam, e muito menos justificam a concepção determinista da vida.