Ando a ler o romance de António Lobo Antunes com o título acima respigado.
Antes de tudo, este escritor português remete-nos quase sempre para o genial William Faulkner, autor do extraordinário romance Absalão, Absalão!
O António é um escritor de dimensão mundial e sem pretensões moralistas, bem ao contrário de José Saramago, o eterno homem-deus que anda sempre a lembrar-nos que todos somos cegos, menos o próprio e meia dúzia de comunistas iluminados.
A cada um as suas idiossincrasias.
Do espanhol Saramago prefiro, desde logo, a sua personagem Blimunda ao autor do Ensaio Sobre a Cegueira.
Não seria a primeira vez que um imprudente chegava à conclusão de que ser cego é não enxergar.
Mas não há pior cego do que aquele que não quer ver.