Investigadores subtilmente aparvalhados
Desde muito pequeno que fui seduzido pela literatura e pelos bons contadores de histórias, escritores que contavam as suas ficções da própria cabeça.
Actualmente Portugal está enxameado de gente que escreve obras eruditas com muitas notas ou baseadas noutros livros, ou em catálogos, cadernos gramaticais ou em calhamaços estrangeiros ilegíveis, com carradas de bibliografia que nem em cem anos conseguiriam ler.
Nas nossas universidades ainda se ouve dizer que fulano ou beltrano copiou as ideias de um livro e que isso é muito feio, pois é considerado plágio, roubo literário e assalto intelectual imperdoável.
Mas eles, que copiam de vinte livros, ou mais, apelidam-se, ou intitulam-se, de investigadores.
Então se copiarem de cinquenta livros temos aí um insigne doutor e, sobretudo, um investigador notável.