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Quem me conhece sabe que não sou pessoa muito dada a sorrisos. Mas não me interpretem mal, também eu sorrio, o que é normal. Até gosto de rir. Mas detesto falsos sorrisos.
Tudo o que é artificial me repugna.
Sou daqueles que preferem uma expressão sincera a um sorriso falso.
Li algures algo parecido com: “é frequente a vida real de uma pessoa ser aquela que ela não leva”.
Não sei porque carga de água pensei logo de imediato nos simbólicos conselhos de ministros do nosso país a caminho do socialismo.
Enfronhado nos livros, nas suas paisagens imaginadas, nos seus esboços drásticos e nas memórias relatadas, por vezes esqueço-me de que lá fora está a vida dos outros. Sinto pena, mas cada um escolhe o seu próprio caminho.
Chaves, 27 de Março de 2008: Miguel Torga - Coimbra, 9 de Setembro de 1952 – “Não sou feliz, nem poderei sê-lo nunca. A memória do mal acompanha-me como um cilício. As minhas ilusões lembram-me os frutos dos recantos sombrios: não amadurecem”.
A nossa classe política - aquela que ainda pensa com alguma sinceridade ser capaz de resolver os problemas estruturais do pais -, à custa de tanto se valorizar, corre o risco sério de cegar.
O preocupante é que não sei se age assim de propósito.
Sei bem que no nosso pequeno país é necessário valorizar a nossa pequena realidade. Mas tanta pequenez e tanto complexo de virtude cristã são bem capazes de tornar todo o processo do nosso desenvolvimento inconsequente.
Ainda há por aí muito bom português que se ilude com a ilusão dos outros. Alguns acreditam que é possível renovar o ser humano. E baseiam-se na vontade. E citam-na. E apregoam-na. Mas a vontade não é suficiente para substituir os hábitos por elucubrações interiores. Cada promessa de mudança definha de encontro às rotinas. Todos queremos modificar a nossa vida, a sociedade. Mas a banalidade é o que fica. Uma tremenda banalidade.
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“Os nazis e bolcheviques podem estar certos de que as suas fábricas de extermínio, que demonstram a solução mais rápida do problema de excesso de população, das massas economicamente supérfluas e socialmente sem raízes, são ao mesmo tempo uma atracção e uma advertência. As soluções totalitárias podem muito bem sobreviver à queda dos regimes totalitários sob a forma de forte tentação que surgirá sempre que pareça impossível aliviar a miséria política, social e económica de um modo digno do homem”.
Hannah Arendt – “As origens do totalitarismo”
Poucos compreendem o tempo. Esquecemo-nos que é preciso tempo para criar algo de novo. E uma disponibilidade incansável.
Não pretendo ser redutor, nem das ideias, nem dos ideais, mas… não consigo olhar sem ironia para os crentes, todos os crentes.
Eu, limitado pela cultura, verifico a descrença crescente na crença do homem.
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