A personalidade orgulhosa
Ter personalidade, embora muitos afirmem o contrário, continua a ser uma postura escandalosa. E as raras pessoas que ainda possuem a ousadia de a expor sem complexos de culpa ou de a manifestar sem temor, são vistos como criaturas, ou pré-históricas, ou, então, pessoas heréticas e sem sentido de oportunidade. Ser de “certa” maneira, não gostar daquilo que a maioria gosta, é muito propalado mas pouco consentido. Apregoar a diferença é considerado um excelente conceito, mas uma atitude irresponsável. É mais do nível da teoria do que prática.
É necessário banir a canalha herética.
Cá por mim, confesso, com honra e orgulho, que aprecio a diferença e a coragem de quem assim se assume.
Quando pego em qualquer ideia (disco, quadro, pessoa, ou livro) que seja genuinamente inédita e original e que assuma a sua inconfundível beleza pessoal, fico radiante.
O feitio das pessoas, das pessoas verdadeiras, não é coisa que me arrelie ou me cause repulsa. Antes pelo contrário, se há coisa que me atraia e console é uma personalidade assumida. E é com essas “peças raras” que me dou bem. É com elas que comunico.