A morte inspirasse…
Eras quase menina quando a ânsia das árvores te aceitou no seu templo. Houve nessa época um brilho no espanto ferido do deus cantor. A cama brilhou na cristalina cintilação dos venturosos. Os salgueiros debruçavam-se para celebrar as flores pequenas. Perdeste então os paradoxos e o silêncio tomou conta da chuva. Ao entardecer o teu olhar ficou fixo nos rododendros e passaste a amar a eterna inocência dos olhos dos rústicos. Então fugiste para celebrar os meses absorvidos pela melancolia dos homens. A morte inspirasse na carne vermelha dos sexos. Por isso as mulheres se deixam estrangular pela beleza. Alguém canta a eternidade, a fresca e veemente ilusão de eternidade. A luz martela ao de leve os meses plantados. A arte da melancolia devora os nomes selvagens. Mas a tua imagem fica. Fica fixa. Depois foge em delírio. Por fim nasce o dia no teu corpo e eu vibro na penumbra dos teus beijos. Amar também salva.