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TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

09
Jul09

Do romance e outras verdades

João Madureira

 

 

 

«As histórias repetem-se ao longo do tempo: só mudam os nomes, os lugares, a paisagem. É como se as pessoas fossem sempre as mesmas. A repetir os mesmos gestos. A insistir nos mesmos erros.»

 

O Prazer e o TédioJosé Carlos BarrosOficina do Livro

 

08
Jul09

O Tédio

João Madureira

 

 

«O tédio, Aline, é inversamente proporcional ao desassossego de estar vivo; o tédio é a demonstração de que a labareda do prazer se alimenta do seu próprio combustível. Há quanto tempo, Aline, uma nuvem não é para ti senão uma nuvem, há quanto tempo não te percorre verdadeiramente a inquietação de um corpo que se deseja? Há quanto tempo não choras a olhar a chuva contra os vidros das janelas num fim de tarde de Novembro? Há quanto tempo não agitas as mãos na água das levadas a ver a leve ondulação da corrente? Há quanto tempo não adormeces com o desassossego de saber que o mundo permanece vivo por dentro dos sonhos?»

 

O Prazer e o TédioJosé Carlos BarrosOficina do Livro

 

07
Jul09

O Prazer

João Madureira

 

 

«Talvez o prazer não seja mais que uma fogueira acesa no Inverno. (…) Interrogamo-nos sobre o que é o prazer e descobrimos com surpresa que não há uma definição possível. A ideia de prazer depende de variáveis inúmeras: geográficas, temporais, sociais, culturais. Depende de quase tudo. Numa aldeia do interior, na montanha, nos anos sessenta do século vinte, o prazer poderia decorrer da possibilidade de se ficar à noite junto ao fogo da lareira com uma caneca de vinho e um caldo do pote.»

 

O Prazer e o TédioJosé Carlos BarrosOficina do Livro

 

06
Jul09

Pling...

João Madureira

 

 

P… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… p… plong.

04
Jul09

A nossa existência não faz sentido

João Madureira

 

 

A nossa existência não faz sentido. Vivemos numa contradição. Walt Whitman pressentia-o. Por isso exclamou: “Eu e este mistério aqui estamos”.

Também eu, à semelhança de Ralph Waldo Emerson, gosto de dar longas caminhadas pelos bosques sozinho, gosto do silêncio das igrejas antes do início do serviço religioso e gosto do Homem, mas não dos homens.

 

02
Jul09

Para sempre

João Madureira

 

 

A água escoa-se pelo meio do dia. Há dias em que basta olhar de frente para as montanhas para as sentir definhar. Morrem beijando as árvores e as pedras dos regatos. É tremenda a sua decepção em relação aos humanos.

No outro lado do dia, as mulheres desejam beijar os seus filhos que foram para longe trabalhar e amar. Agora as casas estão cheias de insectos. Os olhos dos gatos enchem-se de indiferença. Nem os ratos apanham. E eles são tantos e tão gordos.

A inércia ganha a guerra da civilização. Também a inércia é destruída pela relutância dos profetas mudos. São obstinados os mudos, não os profetas. Os profetas de hoje são mais instantâneos que a gelatina. E não sabem a nada.

Alguém se ergue da cadeira e começa a caminhar para junto da nossa sombra.

Tem a sombra vaidade em se tornar luz. Mas não repara que assim desaparece para sempre.  

 

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