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TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

30
Mai11

O verdadeiro culpado

João Madureira

 

Estava eu em frente da montra da sapataria Patela a transformar o preço de uns sapatos em quilos de arroz, massa, batatas, frango, febras de porco, latas de sardinha, atum, garrafas de azeite, dúzias de ovos, embalagens de leite, pão e vinho, quando o H., olhando para o meu ar de espanto, disparou à queima-roupa as seguintes palavras que ele atribuiu a Fukuyama, o profeta do fim da História: “As ideologias vergaram-se ao apelo de líderes carismáticos. É a rivalidade pessoal entre políticos que move os líderes carismáticos. É a rivalidade pessoal entre políticos que move o mundo e não as suas diferentes ideias. O meio utilizado tornou-se o fim. O poder deslocou-se do Parlamento para a televisão. A imagem é mais determinante do que a substância. E o Estado, ainda hoje um enorme centro de poder, perdeu o seu lugar determinante com as sucessivas crises e a globalização”.

 

O R., depois de atravessar a rua na passadeira para experimentar os reflexos de um condutor mais acelerado, disse a rir, como é seu costume e feitio: “Foi o rancor a Sócrates o que levou Pedro Passos Coelho a desencadear a actual crise política. Pensou que bastava provocar novas eleições para despachar o Sócrates para a reforma. Mas parece que a porca lhe vai sair mal capada. Em vez de se preocupar essencialmente com a situação do país, optou por apostar na sua carreira política. Confundiu os seus desejos com a realidade e isso pode vir a ser-lhe fatal. Além disso, o povo português não é apologista de vindictas, insultos e desqualificações. Já acusaram o homem de tudo, mas ninguém conseguiu provar nada. E Pedro Passos Coelho, em vez de apontar ideias e soluções para o país, fala mal de Sócrates e do Estado. Em vez de apresentar projectos, diz mal de Sócrates e do Estado. Quando alguém o questiona sobre um futuro governo de coligação, Pedro Passos Coelho diz que ou ele ou Sócrates, os dois nunca, como se o dirigente do PS tivesse lepra; quando lhe falam dos problemas da educação ele responde que a solução é afastar Sócrates para acabar com a escola pública e assim emagrecer o Estado; quando lhe falam de economia e finanças responde que com Sócrates não faz governo; quando lhe falam de agricultura, explica que o engenheiro Sócrates é o principal responsável pela crise do arroz, pelo tamanho do tomate, pela falta de cor das cerejas ou dos morangos, pela subida do preço dos cereais no mercado internacional; quando lhe falam de cultura diz que o engenheiro Sócrates é o principal culpado por em média um português ler menos do que um livro por ano; quando o questionam sobre o desporto refere que o engenheiro Sócrates é o primeiro responsável pelo facto de o Benfica ter perdido o campeonato nacional e pelo facto de alguns atletas de alta competição terem falhado provas internacionais devido a lesões, pois com um governo por si chefiado acabam as lesões, a estações do ano voltam ao normal, o míldio deixa de atacar as vinhas, o Benfica volta a ser campeão e os sacanas dos transmontanos, esses calaceiros, vão ter de passar a pagar portagens. Quando o questionam sobre o Serviço Nacional de Saúde refere que os privados podem fazer melhor e que a culpa da falta de aspirinas e pensos em alguns hospitais, ou Centros de Saúde, é culpa do José Sócrates. Além disso, o engenheiro Sócrates é culpado…”,

 

“Podes calar-te um momento e deixar falar o F.”, propôs o J. Mas o F. informou que não lhe apetecia falar pois as sondagens agora resolveram ir contra a realidade. E ele recusa-se a admitir que, depois de tudo, o povo português se volte a enganar dando a vitória ao PS do engenheiro Sócrates. “A ser assim, não é o povo que tem de mudar de governo, mas sim o PSD que tem de mudar de povo”, atirou-lhe o R. com malícia. Ele nem chus nem bus.

 

O H. voltou a Fukuyama: “Os países não são pobres por falta de recursos, mas porque lhes faltam instituições políticas efectivas”.

 

“Olha, é como o parlamento, a cada eleição que passa vai perdendo qualidade. Cada vez mais se parece com as assembleias municipais onde pouco se aprende e nada se resolve”, insistiu o R.

 

 “Cuidadinho com a língua, que eu sou deputado municipal e não te admito que fales nesse tom jocoso”, advertiu-o o A. “Bem, então condescendo, o parlamento parece uma assembleia de gaiatos aos berros onde ganha a discussão aquele que falar mais alto e disser pior do engenheiro Sócrates”, disse o R.

 

Depois de um silêncio embaraçoso, o R. voltou à carga: “Penso que o Pedro Passos Coelho já está arrependido.” “Arrependido?”, berramos todos juntos. “Sim, arrependido. Quando lhe entregaram a chave da sede nacional ficou como um miúdo a quem ofereceram um brinquedo novo. Então sentou-se à secretária e pensou que para chegar ao governo bastava apelar aos rapazes perdidos do Peter Pan e falar mal do Sócrates. Resolveu montar uma tragédia. Ele era o bom e o Sócrates o vilão.  Esqueceu-se dos princípios básicos em democracia: a educação, a tolerância e a paciência. As grandes palavras inequívocas devem ser reservadas para as grandes ocasiões inequívocas. E a paciência é a mãe de todas as virtudes. No PSD já todos pensam no senhor que se segue.”

 

Então aproveitei para desatar a conversa e cada um ir à sua vida: “Nem tudo o que parece é. E a vida não é uma estrada direita. Nem sempre a verdade triunfa.” E dali nos fomos todos com o coração um pouco mais apertado. A democracia tem destes defeitos. Triunfa aquele que recebe mais votos, independentemente da razão, da coerência, ou da qualidade dos seus projectos. E projectos, tal como os chapéus, há muitos e para todos os gostos e feitios.  

27
Mai11

O Homem Sem Memória

João Madureira

 

65 – A família Ferreira alugou uma casa no lugar da Cruz Santa, bem longe do centro de Névoa. O dinheiro e uma certa avareza da Dona Rosa não deram para mais. Era uma habitação pequenina, nova e geminada. Na outra vivia um casal sem filhos, ele polícia e ela empregada de limpeza. A casa possuía dois quartos, uma cozinha, uma sala e uma casa de banho exterior com serventia para as duas famílias. Os penicos passaram a ter muito menos usança, somente durante as noites frias de Inverno é que se recorria a eles. A casa de banho tinha ainda um chuveiro que ninguém utilizava por não ter água quente. Na parte da frente, cada família tinha um pedaço de terra que podia amanhar para colher batatas temporãs, couves, cenouras, cebolas, tomates, ervilhas e favas. Não existia cortelho para os porcos, nem espaço para os coelhos e as galinhas. A vida passou, por isso mesmo, a ser um pouco mais difícil. Compravam o reco já cevado e matavam-no à pressa, pedindo a vizinhos e amigos que curassem as pás, os presuntos e o fumeiro nas suas cozinhas. O resto da carne compravam-na fiado no talho, onde tinham conta aberta. 

O bairro, conhecido como o do francês, era constituído por três edifícios murados, todos iguais, onde viviam seis famílias, incluindo a do senhorio, um ex-emigrante proprietário de uma sapataria a meio da Rua Direita, em Névoa. Para alegrar os dias de semana, era frequente ouvir-se música de baile proveniente dos ensaios da Orquestra Pereira, um conjunto constituído por todos os cinco elementos da família do mesmo nome. A mãe cantava, o pai tocava guitarra eléctrica e fazia os coros, os três filhos tocavam respectivamente bateria, saxofone e viola baixo. Tocavam bonitos tuístes, chá-chá-chás, boleros, valsas, passodobles, tangos e um que outro rock mais tradicional.

O José passava muitos fins-de-semana em casa, acordando cedo para, antes de ir à missa, ler muitos e bons romances. Alguns de amor, outros de ódio e ainda outros de temática social e política. A sua mãe avisava-o constantemente que tanta leitura ainda havia de o pôr maluco. Ele limitava-se a ler e, quando os olhos lhe doíam e os ouvidos começavam a encher-se de ruídos estranhos, levantava-se da cama, que também era sofá, e ia passear para o monte. Algumas raparigas mais atrevidas seguiam-lhe os passos e mandavam-lhe piropos. As mais atrevidas exibiam-lhe as vergonhas e prometiam dar-lhas a troco de benzeduras e uma que outra nota de vinte para ajudar na compra de roupa bonita. Ele ria-se e mandava-as embora. Dizia-lhes para se manterem castas, senão não chegariam a casar. Elas diziam que não queriam casar-se porque por ali só havia torgueiros, trolhas e bêbados. “Eles também são filhos de Deus”, avisava-as. Elas retorquiam-lhe que a ser filhos de alguma coisa o seriam da puta que os pariu e do próprio demónio. Os homens do bairro brutalizavam as mulheres, enchiam-nas de filhos e afogavam-se em álcool.

A sua educação cristã e as suas convicções marxistas levaram-no a conviver com os jovens operários, estudantes e empregados de balcão. Ia às tabernas, aos bailes e ao cinema. Jogava ao sapo, à sueca, ao dominó. Lia-lhes partes da bíblia, poemas revolucionários, cantava-lhes canções de protesto. Eles toleravam-no, por vezes elogiavam-no e outras vezes, já muito bebidos e fumados, insultavam-no. O José não lhes levava a mal. Compreendia-os. Nas férias grandes chegou a trabalhar nas obras com muitos deles. Peneirava a areia, juntava-lhe cimento e água, fazia a massa com que os trolhas de primeira classe cimentavam as paredes. Ia-lhes buscar as cervejas. Escrevia cartas de amor aos analfabetos, explicava-lhes muitos dos filmes, ensinava-os a ler, dava-lhes conselhos como deviam falar com as namoradas, como deviam vestir, andar, falar e até comer. Foi com eles às putas a Feces e não se deitou com nenhuma. Eles ficaram de boca aberta. Não era por andar a estudar para padre que se comportou dessa maneira. Simplesmente não era capaz de ter relações sexuais com uma mulher a quem tinha de pagar. Dizia, e cumpria, que só conseguia ir para a cama com uma mulher por amor. Eles explicavam-lhe: “Mas esse é o trabalho destas mulheres, o seu sustento. Se não as foderes elas não ganham dinheiro. E sem dinheiro não podem sobreviver. “Não consigo”, desculpava-se. Mas, por compromisso com a razão e a condição humanas, sempre que ia a um prostíbulo, pagava os serviços a uma das mulheres e sentava-se a falar com ela. Muitas vezes, um que outro companheiro de farra, se não fosse muito pedir, sugeria-lhe a possibilidade de poder aproveitar a sua puta para mais uma foda. E como o serviço já estava pago, era pecado deitar fora o cibo. Nem uma única vez ele autorizou que a sua puta fosse utilizada por outro. Ele dizia-lhes lindas palavras, falava-lhes ao coração, condoía-se da sua condição, falava-lhes na possibilidade de um futuro melhor. Elas achavam-lhe graça, sorriam-lhe, beijavam-no ternamente na face, davam gritinhos de prazer e pediam-lhe namoro e segredavam-lhe ao ouvido: “Leva-me daqui para fora. Faz de mim tua mulher.” Ele sorria e dizia que não podia ter mulher que fosse sua. O que era mentira, como sabemos. Mas mentir por piedade não é pecado que aflija Deus. 

25
Mai11

O Poema Infinito (49): o eterno segundo

João Madureira

 

Que longínquo estamos do tempo da luz, da ordem iluminada do conhecimento, da alegria lenta das águas, do sofrimento alegre da paz, do espírito livre do tempo disseminado. De outro tempo chega a tua imagem e a tua voz. A luz segue o teu rosto. O enigma da vida recupera os frutos da nossa idade. Sou agora o teu sossego. Todo o pensamento organiza o conflito. Daí se deduz a paciência para viver. Murcham agora as imagens das imagens como se fossem palavras submissas. Vem tudo do rigor da idiotice. Da estúpida rigidez da verdade fixa. Os olhos dos mentirosos enchem-se de palavras fúteis. Sempre ali a pairar como um tormento de piedade. As manhãs nefastas engordam mulheres de salto fino e grossa ambição. Tudo se ilumina na caduca noite da frivolidade. O milagre do pão prodigioso sofre da ideia concreta dos afectos. Os homens estudam vestígios do vento nas arestas das pedras dos castelos. Deus dorme infinitamente. E os humanos escutam o eco da sua ausência. A glória é uma operação intensa que abre a dádiva das trevas. Sinto que a distância aumenta em relação à verdade. E a verdade fecunda cicatrizes de ódio. Uma extensão vagarosa de sentimentos alarga o ímpeto do espírito. A humildade é a sábia surpresa da vida. Tudo assenta na nítida obsessão pelas palavras. Na íntima glória do verbo. No anunciado júbilo pelo adjectivo. Alarga-se o espaço. Aquilo. A razão fica do outro lado. A perfídia rasura a realidade. Esse é o ponto exacto da dor. A dor escrita e rescrita. A dor sagrada dos sagrados. O silêncio vencido dos néscios. A dúvida ilustre dos pensadores. É tão real este ar que respiro que me faz sentir aos tombos dentro da Alice no País das Maravilhas. O mundo já está todo pensado. Os seus horizontes abrem novos conceitos de tempo. Um vento desassossegado espalha todas as palavras de todas as línguas escritas, faladas e pensadas. Um sol inclemente incendeia esse deserto infinito de vida. São agora estas palavras uma região longínqua onde as chuvas caem para regarem os campos acústicos da fecundação. Os deuses consubstanciam o pasmo do tempo. É essa a eternidade do meu segundo.

23
Mai11

Pedro Passos Coelho e mais qualquer coisa

João Madureira

 

Isto da modernidade tem muito que se lhe diga. Cada vez mais nos inundamos numa torrente de informação e ansiedade. É isso o que me dói.

 

Mas, para ser sincero convosco, tenho de confessar que não consigo tirar da cabeça as palavras de Pedro Passos Coelho proferidas em Beja, numa tentativa de responder a uma pergunta sobre a possível extinção do Ministério da Agricultura por parte do PSD no caso de constituir governo: “Esse não faz parte dos ministérios a extinguir. Ficará Ministério da Agricultura mais qualquer coisa.”

 

Eu imagino-o florescente no seio da natureza observando as suas particularidades, apontando e designando as flores pelos seus nomes: violetas, papoilas, ranúnculos, cravos, rosas, miosótis, gipsófilas. Ele a enunciá-las e o povo a dizer de maneira simples e breve: Olha, flores. E de novo a eloquência do discurso: “será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa”.

 

Está claro que o PPC não pertenceu a uma juventude de ouro, ou de prata, pertenceu à juventude de cobre, a uma juventude suficientemente cinzenta a quem o Estado pagou a educação com os impostos do trabalho. Mas agora a revolução social foi-se. Ficou a evolução do privado. E de novo a maldita frase a bombar na minha cabeça: “será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa”.

 

PPC confunde muito as frases. Quer dizer uma palavra, mas diz outra diferente. Quase sempre se esquece do nome do Estado, que lhe parece um substantivo absolutamente vulgar e que provoca erisipela nos dirigentes do PSD. Por vezes, para não se esquecerem ou pronunciá-la com vício de forma, repetem: Estado, Estado. Até parece que o PSD nunca viveu à custa do Estado que agora quer transformar num negócio de feira. É difícil viver no vazio ideológico. E o PSD não tem ideologia. E de novo a maldita frase a bombar na minha cabeça: “será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa”.

 

Dizem-me que o PSD já não é o PSD. A solidão está a matá-lo. E por vezes os seus dirigentes ficam zangados com o povo. Ou seja, Pedro Passos Coelho, por puro oportunismo eleitoral, vai a uma feira de agricultura falar do seu tema preferido, que não sabemos ainda bem qual é, e, ao abordá-lo, esquece-se completamente do objectivo da sua visita. Mas, como a maioria dos políticos da geração de cobre, obrigados ao método sofista do equívoco, tagarelam por natureza, experimentando por vezes a necessidade de comunicar alguma coisa, seja a quem seja: amigo, inimigo, polícia, ladrão, patrão, empregado, ilustre ou desconhecido, rico ou pobre. Até aos animais presentes nas feiras de agricultura. De noite fala sozinho ao espelho na companhia da sua esposa silenciosa. No outro dia sai-lhe: “será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa”.

 

Vê-se que o PPC aprecia na política a sua voluptuosidade. O seu frenesim. Por isso se apaixonou por ela. Mas, como hei-de dizer, apaixonou-se não por inteiro, mas por algumas partes do seu corpo, pelas toilettes, deixando de fora o Estado. Por isso é o fenómeno que é. E de novo a maldita frase a bombar na minha cabeça: “será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa”.

 

Deixem-me contar-vos algo de um meu amigo que se parece imenso com o candidato do PSD a primeiro-ministro. Também o H. bailou toda a sua vida. E ainda agora baila o que dela resta: inofensivamente, com vulgaridade. Tudo lhe vem à baila. Começou a bailaricar em criança. Folgava melhor do que todos. Pelo fim do liceu, o bailarico proporcionou-lhe conhecimentos. No fim do curso na faculdade, no seu círculo de amigos e conhecidos partidários, o bailarico arranjou-lhe, espontaneamente, uma série de protectores influentes. Meteu-se a sério na política. O facto é que ainda continua a dançar. Ainda dança o que resta dele próprio. E outra vez a maldita frase a bombar na minha cabeça: “será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa”.

 

O programa político do PSD tem uma peculiaridade interessante. Tem a beleza incaracterística dos indistintos. Possui os traços do rosto liberal, um nariz marxista, a boca social-democrata, e as orelhas levemente parecidas com a democracia cristã.  O PPC anda a juntar-se aos factos. Podemos dizer que o seu espanto perante o descalabro económico e político do país raia o fingimento. A não ser assim, um de nós os dois está louco. Por isso estou espantado. E a maldita frase não me sai da cabeça: será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa.

 

Tenho de confessar: ser homem de Estado, sendo contra o Estado, é uma situação difícil. E a maldita frase não me sai da cabeça: “será Ministério da Agricultura mais qualquer coisa”. Pobre país, pobre Estado, pobre PPC. O actual líder do PSD será sempre um político atrapalhado mais qualquer coisa. Mesmo que essa coisa seja o cargo de primeiro-ministro. Mas lá diz o ditado: quem nasceu para lagarto nunca chegará a crocodilo. 

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