Nos cartazes de propaganda eleitoral, o PSD de Chaves insiste na sua trilogia argumentativa da “verdade”, do “trabalho” e da “competência”. Insiste, é verdade, mas pouco fez, ou faz, para que isso seja realidade.
Relativamente ao trabalho é à competência todos somos testemunhas que a Câmara de Chaves apenas se limitou a cumprir calendário. E muitas vezes nem isso.
Fora umas obritas atamancadas à última da hora, os vários anos de gestão autárquica de João Batista e António Cabeleira foram ou de imobilismo ou de retrocesso.
Algumas obras revelaram-se desnecessárias, daí o estarem ao abandono. São disso exemplo paradigmático a denominada plataforma logística, o mercado abastecedor e as infraestruturas da feira.
Umas constituem atentados ao bom senso ou ao bom gosto, como são os casos do Jardim das Freiras e do Jardim Público. Outras, até, não passaram do papel, apesar de terem sido adjudicadas e logo abandonadas, e das quais estamos a pagar chorudas indemnizações, como já vos demos conta.
A tudo isto ainda podemos somar o buraco por detrás da Adega Faustino (que continua a ser escavado ao ritmo do caracol, para insinuarem que ali vão fazer alguma coisa) e o cruzar de braços sobre a desqualificação do nosso Hospital e também do Tribunal de Chaves.
Tudo isto o vento levou. Daí o estarmos esperançados que leve também quem praticou tais dislates, para que o filme fique completo e tenha o fim que merece.
Esta introdução ajuda-nos a direcionarmo-nos no sentido do que hoje nos serve de tema de fundo: a “verdade” do PSD de Chaves, nomeadamente a que está plasmada nos cartazes espalhados pela cidade relativos aos candidatos à Junta de Freguesia de Santa Maria Maior.
Estamos habituados a que nos cartazes as caras das fotos correspondam à dos candidatos inscritos nas listas entregues, e aceites, no Tribunal. E que a ordem também esteja de acordo com esses documentos. Ora nem uma coisa nem outra está impressa nesses anúncios.
Os placares e os panfletos distribuídos à população parecem uma caderneta com os cromos todos trocados. De facto, lá podemos ver 41 rostos. Só que, relativamente à lista entregue no tribunal, sobram 5, pois nas listas somente aparecem 13 elementos efetivos e 23 suplentes, que somam um total de 36.
Mas desses 23 suplentes, o tribunal exclui 10.
Para que a verdade seja reposta, e os eleitores saibam em quem vão poder votar, desde já passamos a informar que os seguintes candidatos nem sequer deviam figurar nas listas afixadas pela cidade, pois, como já referimos, foram excluídos pelo tribunal.
Segue-se a relação de excluídos: Sandra Sarmento, Alcino Neves, Francisco Santos, Ilda Maria Maia, António Setas, Almor da Costa, Sónia Pires Braz, José António Santos, José Carlos Matos da Conceição e Maria Olívia Cardoso.
Depois fomos tentar verificar se a ordem das fotos correspondia à ordenação das listas publicadas pelo tribunal. Outra surpresa desagradável. Não correspondia. Parece que as fotos foram colocadas aleatoriamente. Não adotam seriação nenhuma, pois nem sequer seguem a ordem alfabética.
Esta tentativa bacoca de baralhar, e confundir, os eleitores parece ter sido elaborada intencionalmente.
O que nos escapa é o critério.
As fotos do Rui Louro, do Hugo Silva, da Isaura Silva e do Alexandre Medeiros estão de acordo com as listas do tribunal.
O quinto elemento das fotografias é Luís Santos que surge nas listas do tribunal em vigésimo segundo lugar (nono suplente).
Já o sexto elemento da lista das fotos é Maria José Pessoa, sendo que na relação do tribunal aparece o nome de José Maria Carvalho. A Maria José Pessoa ocupa apenas o décimo segundo lugar dos efetivos.
Em sexto está Marília Abelha que nas fotos aparece em quadragésimo primeiro lugar.
A sétima foto é a de Alcino Rodrigues que surge nas listas em sétimo lugar. Bingo.
A oitava foto é a de Rui Vital, mas também está trocada com a lista do tribunal, onde aparece apenas como décimo quarto (primeiro membro suplente).
A nona foto corresponde a Sandra Sarmento que foi excluída das listas pelo tribunal, onde figurava apenas como vigésima sétima (décima quarta suplente).
Na lista do tribunal, em oitavo lugar aparece o nome de Nuno Veras que nas fotos surge colocado na vigésima primeira posição.
O nono elemento da lista nominal é Carina Tomás que apenas aparece nas fotos em vigésimo lugar.
O décimo das fotos é José Matos (que presumimos nós corresponder a José Carlos Costa Matos da Conceição) que nas listas nominais ocupa o 34º lugar (21º suplente), que, como já referimos, foi excluído pelo tribunal.
O décimo elemento das listas do tribunal é Júlio César Serapicos, mas aparece nas fotos apenas em décimo nono.
Já o décimo primeiro elemento das lista das fotos é Zulmira Oliveira, que aparece nas listas apenas na vigésima primeira posição (oitava suplente), ou seja, a aparecer no seu devido lugar teria de ocupar o vigésimo primeiro lugar na lista das fotos, que é ocupado, como já referimos, por Nuno Veras.
João Silva está corretamente colocado no décimo primeiro lugar. Segundo Bingo.
O décimo terceiro efetivo na lista nominal aparece devidamente colocado. Parabéns.
A partir daqui vamos ser sucintos, senão ainda nos vamos perder mais um pouco neste labirinto da “verdade” do PSD local liderado por António Cabeleira. Decidimos, por isso, a partir daqui, apresentar sempre em primeiro lugar a posição da lista nominal e seguidamente a posição na lista das fotos.
O décimo quarto da lista nominal, e primeiro suplente, é Rui Vital, que aparece na lista das fotos em sétimo; e a décima quinta, Sandra Dias, aparece colocada em vigésima segunda.
Agora de forma ainda mais simples: João Magalhães (3º suplente) é 16º e aparece em 25º; Domingos Pinho (4º suplente) é 17º e aparece em 22º; Filomena Teixeira (5ª suplente) é 18ª e aparece em 17º; Carlos Teixeira (6º suplente) é o 19º e não o encontrámos nas fotos com esse nome nem com outro parecido; Raul Grilo (7º suplente) é o 20º e aparece em 32º; Maria Zulmira Oliveira (8ª suplente) é a 21ª e aparece em 11º; Luís Miguel Santos (9º suplente) é o 22º e ocupa o 3º lugar nas fotos, como já referimos; Pedro Miguel Campos (10º suplente) é o 23º e aparece em 34º; Carla Sofia Rodrigues (11ª suplente) é a 24ª e aparece em 39º; Hélder Gonçalves (12º suplente) é o 25º e aparece em 16º; João Luiz Rodrigues (13º e último suplente) é o 26º e aparece em 18º.
Os restantes, como anteriormente referimos, foram excluídos pelo tribunal.
Esta é que é a “verdade” da lista do PSD de Chaves. O que vem no cartaz está profundamente errado. A quem aproveita a confusão e inverdade?
O PSD de António Cabeleira vai ter de baralhar de novo para dar cartas. Mas isso, já todos o pressentimos, não vai colmatar a falha do seu sistema de controle e persuasão.