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TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

17
Fev14

Pérolas e diamantes (76): Nós deiqui i bós daí… Num quiero casa caída… Chin glin din

João Madureira

 

Parece que a nova atração flaviense é um furo de captação de água termal, no Tabolado, que até ao momento em que escrevo esta crónica atingiu 186 m dos pretendidos 250.

 

A cidade assiste deslumbrada a este fenómeno, com o efeito singular que faz com que toda a zona envolvente esteja constantemente coberta de uma nuvem de vapor de água, para gáudio dos muitos flavienses curiosos que ali se deslocam para observar no local a raridade da situação.

 

Contente também fiquei eu com a feira do fumeiro, mais conhecida como “Sabores de Chaves”. Não tanto pelo fumeiro em si, pois sei que é muito bom, mas pelo concerto dos Galandum Galundaina, na noite de dia 1 de fevereiro, realizado no pavilhão onde decorreu o certame.

 

Reconheço que eu sou um fã deste excelente grupo musical de Miranda do Douro, que se dedica ao folk português e canta exclusivamente em mirandês. Por isso fui lá vê-los e escutá-los com o mesmo entusiasmo com que os flavienses vão observar a nuvem de vapor no Tabolado.

 

E vim de lá com a barriguinha cheia de boa música e disposição condizente, pois eles aliam a boa música tradicional portuguesa/mirandesa a uns textos populares de se lhes tirar o chapéu. Ora vejam se não é assim como eu vos digo. Por exemplo, da canção “Redondo” deixo-vos aqui a primeira quadra, das quatro que constituem a moda: “Nós deiqui i bós daí, / Sodes tantos cumo nós; / Mataremos um carneiro, / Los cornos son para bós.”

 

Esta música dançava-se a “la moda cantada para ber quales beilában melhor”. E ouvimos, todos os que lá estiveram, que somos boa gente, entre outras modas o “Chin glin din”, “Se tou pai me dera”, “Nun quiero casa caída”, “Procisson, apuis baile”, “La lhoba parda”, “Pur baixo de la punte” ou “Dona Tresa”.

 

E pelo meio do concerto também cantámos e bailámos a acompanhar a boa rapaziada dos G. G.: “Sei cantar i sei beilar / sei tocar la pandeireta / quien quejir beilar cumigo / Traia musica cumpleta.” E nisto incluo o sr. presidente da Câmara que também por lá apareceu e marcou, por vezes, o ritmo com os pés. O que só lhe ficou bem. A ele e a nós, porque não dizê-lo de forma frontal e aberta, que também batemos o pé, as palmas e até cantámos.

 

E depois fomos comprar os enchidos, feitos de forma artesanal, e mesmo ali provámos uma excelente linguiça, comprada “Nos Sabores da Loja”, acompanhada com pão fresco e com o bom vinho da “Quinta de Arcossó”.

 

Outra boa notícia foi a de que nesta edição a aposta recaiu em exclusivo nos produtores de Chaves, ao contrário das edições anteriores.

 

Este ano, a feira contou com 54 expositores: 37 produtores agroalimentares, 17 pessoas dedicadas ao artesanato e mais três pavilhões institucionais. Ao todo, 72 stands ocupados.

 

Havia lá de tudo um pouco: fumeiro, pão quente, folar, pastéis de Chaves, bolos, licores, vinho, compotas, mel, bolachas, batatas, couve penca e ainda bijutaria em couro e cortiça, esculturas em madeira, madeira torneada, sabonetes, pintura, acessórios em feltro, barro preto de Vilar, bordados, croché, linho, arte decorativa e arte mariana, que é feita em arame e pedras de cristal. De tudo o exposto, ou quase tudo, foi esta denominada “arte mariana” a que nos deixou perplexos. Pois não sabemos o que quer significar nem que tipo de artesanato tradicional representa.

 

Também passámos pelas tasquinhas, que não eram tasquinhas, nem coisa que se pareça. Era apenas um barracão enorme, incaracterístico, e com uma estranha divisão territorial, pois, ao que conseguimos apurar, no mesmo espaço serviam dois restaurantes diferentes. Salvou-se a comida, que era tradicional e boa: alheira, linguiça, milhos e palhada.

 

Outra notícia curiosa relaciona-se com uma novidade. Ou melhor, duas. Ou ainda melhor, três, que foi, como todos sabemos, a conta que Deus fez.

 

A primeira novidade é a de que João Batista é o novo presidente da Comissão Política do PSD de Chaves. Quem diria, isto é aquilo que chamámos renovação partidária. Renovação e rejuvenescimento.

 

A segunda é de ordem tecnológica. O município de Chaves criou um “Guia Turístico para dispositivos móveis”.

 

A terceira é a de que o sr. presidente da Câmara é o produtor de conteúdos do citado guia. E isso fomos nós quem o descobriu quando lemos a entrevista que António Cabeleira deu à “Voz de Chaves”. Ora reparem lá na profundidade da resposta, no ritmo das palavras, no desenho das ideias, no encadeamento do texto, na refinada linguagem e na atenta pesquisa histórica.

 

A jornalista colocou a seguinte questão: “Nesta altura do ano, para além da gastronomia, que outros atrativos tem o concelho para oferecer às pessoas que o queiram visitar?”

 

O senhor presidente, tentando talvez adotar o modelo da menina do GPS, respondeu da seguinte forma: “O acolhedor centro histórico e a área de lazer junto ao Tâmega são um convite a um passeio tranquilo.” E depois convida a entrevistadora: “Sem pressa, comece pelo Castelo. No interior das muralhas, passeie pelas Vias Augustas, um conjunto de casas pintadas com cores vivas.” Claro que se esqueceu de avisar que deve, o visitante, usar, para sua proteção, um capacete de obras, não vá cair-lhe na cabeça um pedaço de telha ou outro objeto qualquer que possa desprender-se dos muitos edifícios que por ali estão em ruínas.

 

E prossegue nesta sua toada de guia turístico: “Na ampla praça de Camões poderá observar a igreja Matriz. (…) Continue o percurso em direção ao ex-libris da cidade, a Ponte Romana. (…) É imperdoável despedir-se desta belíssima cidade sem sequer visitar o parque termal.”

 

E no fim da resposta, o sr. presidente, qual guia gastronómico, na sua toada serena e melíflua, convida: “O passeio só fica completo quando provar as delícias e pratos típicos de gastronomia flaviense: o famoso presunto, os pastéis de Chaves, o folar de carne, o cabrito, a vitela, o porco bísaro e outras especialidades.” Brilhante. E já agora pode o senhor presidente convidar também os turistas a deslocar-se ao “Há Brasa”, situado na estrada de Outeiro Seco, onde pode degustar carne de crocodilo, canguru, camelo, zebra, bisonte, angus, etc.

 

Este novo estilo de A. C., um pouco ao jeito do “espírito de Natal”, que aqui podemos denominar de “espírito de feira”, é, para já, uma das melhores surpresas autárquicas de 2014. Por isso, desde aqui lhe enviamos os nossos parabéns.

 

Despeço-me com mais uma estrofe dos G. G.: “Num quiero casa caída / Nien sbarrulhada / Nien casamento sien gusto / Sien gusto nada / Sien gusto nada…”

13
Fev14

Poema Infinito (185): a vulgaridade divina

João Madureira

 

O vento transforma a realidade e a memória fingida dos poetas. Os corpos inclinam-se na direção do mar. As falésias ficam em silêncio. O mar entra pela janela do horizonte. Os corpos dobram-se evitando os olhares. O olhar cria a memória. O tempo é uma pesada condenação. Os poemas eróticos soam a textos litúrgicos, como se fossem orações sexuais. Os homens e as mulheres rezam enquanto a tempestade desaba sobre os quintais. O padre é agora um poeta místico que apregoa a inspiração divina feita através da excessiva solidão. As mulheres e os homens dizem já não acreditar na razão das palavras. Os livros acumulam-se nas arcas. O seu silêncio devora tudo. Devora o esquecimento, as salas, os vãos das janelas, os rumores, a alegria, o choro murmurado dos objetos, as memórias, as relíquias, as sombras, o crepúsculo, o movimento inútil das palavras que dizem construir o tempo, os navios inacessíveis e o rosto abandonado das figuras mortas. Alguém proclama a desordem curva do tempo, a exigente aventura das palavras, a métrica ocidental da genialidade, a sabedoria lenta da antiguidade, a gramática poética dos presságios, a íntima conformidade do abandono, a perdição frígida dos sonhos, toda a indolência da alma, toda a estranha lógica dos navegadores, o hábito cínico das divindades, os estigmas da lucidez e o contágio exponencial da poesia. Urge voltar a inventar a prática celebração da genealogia, a solidão das cores do arco-íris, a prosódia das imagens, a prepositiva interpretação dos estigmas, a autoridade divina da vulgaridade, os poemas suspensos, os poetas oblíquos, a extensa nomenclatura dos lábios, o desespero enfático das cidades, o elogio dos coitos invertidos e a reversibilidade das metáforas. Os corpos fixam-se na obcecada transcendência do desejo e mostram-se disponíveis para as dúvidas íntimas.  O tempo cansa os corpos e os olhares e transforma as almas e o lirismo subtil dos símbolos. Deus é agora um delírio crepuscular que domina a vontade das metáforas e o nome secreto das injustiças e a inspiração atormentada das formas e o desejo lírico das enumerações e a sábia virtude dos murmúrios. Deus filtra a loucura e persiste na sua ortografia do pecado e da moral. As intuições observam-nos, o crepúsculo incendeia-se, as tardes iluminam-se de profecias e tornam-se obscuras. Procuramos a raiz indómita da loucura, a matemática erótica dos sonhos, o choro das sombras, a memória amarga da sabedoria, a epiderme da música e do choro, os jardins suspensos das cidades afogadas, a voz divina das ruínas, a eternidade mórbida do pecado e da absolvição. As aves influenciam o inverno e voam na direção do desespero. As formas ficam assimétricas pelo desígnio imortal da estética, do misticismo, da tristeza, do estudo das almas em movimento, da descoberta da sombra que produzem as cores e do desenho ausente da realidade. Todos agora procuramos a evidência do mar, a solidão dos horizontes brancos. Todos os versos são uma possibilidade de ordem multiplicada. O mar entra-nos pelo quarto dentro. Recuperamos do esquecimento do corpo, da regulação da obscuridade, do movimento reflexo do coito, da perspetiva interior do abandono e da morte. A harmonia regula o desgosto. A luz foi-nos restituída pela variante musical das manhãs. As imagens transformam-se em energia poética. Por isso os místicos veneram as escritas insólitas. Os poetas andam à chuva. E molham-se de infinito.

10
Fev14

Pérolas e diamantes (75): o tempo dos desalmados

João Madureira

 

O poeta inglês Coleridge disse que a fé poética é a suspensão da incredulidade. A encenadora Beatriz Batarda, nestes tempos de prosa dura, vai um pouco mais longe ao afirmar que lhe parece que as palavras já não chegam para definir, ou enquadrar, tudo o que estamos a viver.

 

Parece que a “Corte” (o governo, o presidente e o parlamento) existe para unicamente servir o poder e não os cidadãos. Beatriz Batarda exprimiu, e eu subscrevo por inteiro, “que a nossa sanidade está em risco”.

 

Entretanto os portugueses continuam indecisos entre se devem ser, ou não, ativos na delineação do seu caminho, e do caminho do país, insistindo numa posição demissionária e afastada, responsabilizando sempre os governantes e desconsiderando o poder individual que possuem. 

 

Claro que nem eu nem o estimado leitor sabemos bem qual o caminho que esta rapaziada do governo nos propõe ao sujeitarem-nos a tanto sofrimento, mas já sentimos bem toda esta ausência de orientação, todo este vazio de ideais, todo este silêncio da pobreza que está a vir ao de cima como uma enxurrada. 

 

A verdade na política, tal como na vida, pode até não existir, mas necessitamos de acreditar que existe e que é possível encontrá-la.

 

Eu sou daqueles que não subestima a capacidade dos outros nos entenderem da forma que somos: tendenciosos, irados, emotivos, entusiastas, racionais, irónicos e persistentes.

 

Mas a realidade não nos faz favores. Afinal quem é o culpado de todo o silêncio que se ouve nas nossas aldeias, interrompido por vezes pelo sino das igrejas a tocar, ou pelo ladrar de um cão, também ele já velho e rouco, ou pelo suspiro cansado dos idosos que se aquecem nas nesgas de sol das ruelas estreitas?

 

E ali estão eles tristes, resistindo e olhando para a beleza bravia das giestas, das urzes, dos tojos e das carquejas, cobertos ainda por algum orgulho de terem a mesma idade das árvores velhas que lhes deram os frutos e a lenha com que alimentaram e aqueceram os filhos.

 

As velhas tascas rurais são agora pequenos snacks com mesas de fórmica onde se bebe cerveja e se vê televisão.

 

As casas foram abandonadas e as ervas crescem entre as ruínas. As capelas estão fechadas e por ali apenas mora a solidão. São aldeias fantasmas onde muito de vez em quando, como um raio de sol no inverno, se vê uma criança a correr atravessando a rua. Um pouco mais à frente vislumbram-se mais alguns velhos que riem para fora e choram para dentro.

 

Quando falam nota-se-lhes uma enorme resignação nas palavras. Ali não se passa nada. Apenas, por vezes, as manhãs são claras. Ali tudo possui a indiferença e a lentidão da morte. Tudo ficou de repente demasiado velho, demasiado triste. As sombras tomaram conta das nossas aldeias, do nosso território, das nossas vidas.

 

Por ali a voz humana já não tem lugar, já não faz sentido. Ali murmura-se. Ali já não há namorados, nem corpos sadios que se possam amar e reproduzir.

 

Nas cidades, cujo paradigma é Lisboa, foram as pessoas menos responsáveis, mais egoístas e gananciosas, as que atingiram o poder e agora sobem na sua improvisada carreira.

 

E continuamos com os jeitinhos, rejeitando as soluções duradouras, não querendo ver que as questões atuais são tipicamente universais. Tanto na província, como na capital, os políticos continuam a insistir em procurar soluções de curto prazo.

 

E chegamos ao cúmulo de “socializar” as perdas do setor financeiro, enquanto se “privatizam” os lucros do Estado.

 

As nossas “elites” políticas são as mais medíocres de sempre, pois limitam-se a dar lições sem dar o exemplo.

 

Ensinaram-nos a dizer que nós não somos a Grécia. Aos espanhóis ensinaram-lhes a dizer: nós não somos como os portugueses. Os italianos aprenderam a dizer: nós não somos espanhóis. Por isso é que os “senhores financeiros” que mandam realmente no mundo sorriem imenso. Por vezes até às lágrimas, para pensarmos que estão comovidos com a nossa situação.

 

Essa é a razão pela qual o discurso político é uma mentira premeditada, uma evasão semântica, uma ambiguidade vulgar e anacrónica. O nosso governo exerce um poder informe, esquivando-se à realidade do sofrimento e da desgraça, falando por meias palavras, mas caraterizando-se por obedecer cegamente aos ditames da Alemanha e dos seus correligionários.

 

Uma coisa é certa e sabida, esta rapaziada que tem agora os destinos de Portugal nas suas mãos, desconhece quem somos, o que somos, abomina a nossa identidade e tem vergonha da nossa cultura.

 

Por isso é que desinveste na saúde e na educação, persegue a investigação e os investigadores portugueses e maltrata a cultura.

 

Porque sabe que a educação e a cultura são os espaços nobres onde se multiplicam os princípios e os direitos humanos e também o ideal democrático. 

 

Estes nossos governantes, quer autárquicos, quer nacionais, simplesmente não possuem ética, não têm convicções, nem responsabilidade. Limitam-se a querer o poder pelo poder. Estão incrustados nos órgãos de decisão e vivem num regime de sucessão eterna, quase dinástico, opressivo mesmo.

 

Estes políticos não têm honra nem dignidade. Não têm orgulho.  Não são homens de Estado. São, quando muito, como diz o fundador do PSD, Miguel Veiga, “políticos de aviário”.

 

De facto, “vivemos tempos desalmados”. 

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