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TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

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29
Dez14

220 - Pérolas e diamantes: a corrupção e o BCI

João Madureira

 

Basta olhar à nossa volta, tanto aqui bem perto de nós como lá para os lados da capital, para nos apercebermos de que quase todos os políticos tradicionais, pertencentes ao designado Bloco Central dos Interesses (BCI), utilizam a política para seu benefício pessoal.

 

Alguns dos políticos que foram presos, ou se encontram sob investigação, pertencem a uma geração que andou sistematicamente a beneficiar grupos económicos em prejuízo dos portugueses.

 

O nosso sistema de governação tem permitido a corrupção, todos o sentimos e sabemos. José Sócrates é um dos atores mais marcantes e mediáticos, porque foi primeiro-ministro durante muitos anos. Mas desta vez teve o azar do seu lado.

 

Nas duas últimas décadas temos tido governos, maiorias governamentais e parlamentares, permissivos à corrupção. Desde logo porque a organização da nossa vida política se baseia no sentido de utilizar os recursos dos portugueses em benefício de particulares, de famílias poderosas, de grupos económicos pouco escrupulosos e dos partidos políticos essencialmente pertencentes ao BCI (PSD/PS/CDS).

 

A política é corrupta, todos o sabemos e sentimos. Mas desde que entrámos na Europa, a existência da corrupção política que se sente em Portugal cresceu exponencialmente.

 

Por exemplo, ao nível das PPP, como sugere Paulo Morais, basta dar uma vista de olhos pelo Diário da República para nos apercebermos que a legislação que lá se publicou é muito habilidosa, pois confere benefícios, de forma inaceitável, às empresas privadas. Sempre com o pressuposto de que os lucros vão para os privados e os prejuízos ficam para o Estado.

 

Quem consegue admitir um negócio que rende 30% ao ano, sem sequer correr qualquer risco, quer favorecer alguém. É isso que acontece com as famigeradas PPP.

 

Ou seja, quem produziu essa legislação não está a defender os portugueses. Taxas de 30% ao ano são completamente obscenas.

 

Por exemplo, em 2011 a função pública teve um corte nos salários de 900 milhões de euros. Curiosamente, essa foi a verba que três grupos económicos (Mota-Engil, Espírito Santo e grupo Mello) meteram nos cofres, por despacho do governo Sócrates. Prejudicaram-se três milhões de pessoas para se beneficiarem três famílias.

 

Não é por acaso que dos órgãos de administração das grandes empresas de construção fazem parte todos os políticos que estiveram ligados ao setor das obras públicas nos distintos governos do BCI (PSD/PS/CDS).

 

Sabemos que existem deputados da Nação que também exercem funções privadas relacionadas com a atividade que tutelam a nível político. Esses senhores vão para deputados com a nítida intenção de obterem informação privilegiada que beneficie os grupos económicos onde trabalham.

 

Perguntarão os estimados leitores o motivo pelo qual os nossos homens públicos não conseguem afrontar os políticos corruptos. Pela simples razão de que dependem deles.

 

Os políticos em Portugal limitam-se a desempenhar o triste papel de paus mandados ao serviço dos grandes grupos económicos.

 

Paulo Morais afirma, e com razão, que o centro do poder legislativo no nosso país, em matéria de maior relevo económico, são as sociedades de advogados, que, curiosamente, coincidem com os interesses dos grupos económicos a que estão associadas. Os governos, por incrível que pareça, apenas se têm limitado a serem correias de transmissão dos grandes grupos económicos.

 

Depois é triste assistir a António Costa, líder do PS, vir para os órgãos de comunicação afirmar que devemos deixar para a política aquilo que é da política e para a justiça aquilo que é da justiça, opinar sobre futebol e taxas de dormida em Lisboa, mas quanto ao argumento substantivo da corrupção política não conseguir afirmar que ela tem tudo a ver com a política e muito pouco com a justiça.

 

A corrupção política em democracia apenas se consegue combater com uma mudança política. Não existe outro caminho. Daí ser necessário, e urgente, mudar o nosso paradigma de representação parlamentar. Para isso têm de surgir novos partidos constituídos e dirigidos por pessoas impolutas e acima de qualquer suspeita. Não existe outra solução credível.

 

PS - Mais uma vez, e para que os flavienses não fiquem com a impressão, incorreta por certo, de que o acordo estabelecido entre o PSD de António Cabeleira e o vereador eleito em nome do MAI, não foi a derradeira tentativa para que a prometida, e devida, auditoria externa às contas da CMC não vingasse, aqui fica mais uma vez o nosso apelo ao senhor presidente da autarquia flaviense, e aos seus distintos vereadores, para que, em nome da transparência e do bom nome da Câmara de Chaves, aprovem uma auditoria externa às contas da CMC. Passaríamos todos, de certeza, a dormir um pouco mais tranquilos. Só um pouquinho, mas, mesmo assim, já era qualquer coisa.

 

PS 2 – E, também em nome da transparência, já agora senhor presidente, talvez fosse boa ideia aprovar conjuntamente uma auditoria externa às contas da JF de Santa Maria Maior, da qual foi insigne presidente, até 2013, o risonho vereador João Neves (ex-MAI e atualmente do PSD), pois quem não deve não teme; certos de que aquele que tão insistentemente reivindicou, durante toda a campanha eleitoral, uma auditoria às contas da CMC, com toda a certeza verá com bons olhos e até enaltecerá fervorosamente, uma auditoria realizada às contas do seu íntegro mandato.

25
Dez14

Poema Infinito (230): o poeta e as crianças

João Madureira

 

O que será da criatura sem o seu criador? Os homens não são apenas protocolos animais. Possuem a gramática expositiva da Terra. Tudo se mancha de verde. As aves ficam fortes. A madrugada vem em intervalos, presa nas gotas de orvalho. Os líquenes e o musgo espalham-se pelo meio das árvores que adivinham o tempo. Eis que chega o encantador de palavras. Ninguém o reconhece, porque já comeu muita tristeza. Nos aquários os peixes mergulham na sua solidão. O amor lava as pedras. Os pássaros governam os seus poleiros construídos nas árvores. Os homens desviam os seus olhos do luar. Escorre deles todo o silêncio acumulado. O poeta continua com o seu rosto assombrado pelo uso doméstico. Os corpos principiam a arder como se quisessem destruir o amor. Em cima do muro, os meninos assobiam raios de sol. As folhas caem sobre os telhados das casas, sobre o rio, sobre o silêncio. Os profetas escoram as suas dúvidas utilizando o tempo. As pessoas voltam a ser indícios, por isso saem de dentro delas e constroem as suas casas com pilares e vigas de esperança. Cada coisa possui o seu préstimo intrínseco. Tudo nos leva a coisa nenhuma. As pessoas sem importância sobem a escada da poesia e repõem as palavras no seu devido lugar. Depois escondem-se atrás delas, como se tivessem vergonha do ato que praticaram. As crianças começam a entender os jardins, a musicalidade das ruas, a transparência dos livros. De tarde, desenterram os sonhos, agitam-nos e acendem as estrelas com um simples olhar. As janelas abrem-se para deixarem entrar as borboletas. O poeta transforma-se numa concha e pensa que a poesia é a loucura desencadeada pelas palavras. As estrelas sobem aos corpos das borboletas e viajam pelos montes. Os meninos são agora desenhos de pássaros que enfiam nos seus bolsos o rio da aldeia. O rio desagua neles. Começa a chover palavras. O poeta viaja na sua madrugada branca. Transporta a aldeia dentro dos olhos. As crianças procuram, com as suas mãos pequenas, coisas para as suas coleções. Dentro das árvores nascem as vozes dos poetas. As crianças abrem os seus rostos e deitam-se no musgo. Os líquenes invadem as bocas em destruição dos sábios. O poeta atrasa o seu relógio do tempo. O sol engravida as borboletas. Os pássaros adquirem a transparência das águas do rio. Os peixes ficam com as escamas transformadas em pétalas. O poeta arruma o tempo em prateleiras. A boca dos poderosos enche-se de ruínas. Ali está Deus parado há mil anos sentado no seu trono de mil pedras infinitamente nuas e frias. Os seus profetas vivem de tudo aquilo que desiste. São como insetos de máscaras claras. A solidão tem o seu rosto. O poeta aprecia as árvores e o som que o vento produz nelas. As palavras atacam-no como se fossem febre. As suas mãos transformam-se em nuvens. Os seus sonhos são como lagartixas de rabo cortado. Os seus poemas transformam-se em utensílios inúteis. São como janelas abertas para o nada. As borboletas morrem de encontro ao verde. O poeta aprende que para o ser necessita sempre de passear no chão. O seu rosto adquiriu a forma das raízes que inventam as crianças.

22
Dez14

Três continhos para o Natal + 1 de bónus

João Madureira

 

1 - Estrelinha imaginária

 

Alguém saltou o muro da escola e ficou a olhar para o céu, estupefacto. Uma estrelinha imaginária começou a crescer na testa da menina. Um pouco mais atrás uma criatura alada cantarolou um cântico litúrgico. Soprava uma ligeira brisa quando a águia se lançou voraz sobre o coelho companheiro da Alice no País das Maravilhas. O Gato das Botas começou a tocar a flauta do Flautista de Hamelin e levou todos os ratos para a sua herdade. Agora engorda-os e vende-os já mortos para uma cadeia de supermercados devidamente embalados e congelados. Branca de Neve divorciou-se do Príncipe Desencantado e voltou para os seus anões. Afinal, tirando a altura, os anões são homens como os outros. Têm tudo o que é necessário e no devido sítio. Desculpem o desabafo. A menina das trancinhas de prata transformou-se em Catwoman e foi passear pelos céus de Lisboa. O Malhadinhas voltou à sua terra natal, comprou um carro desportivo e joga videogames. O Cantiflas aceitou o papel de super-homem e fez uma revolução em Cuba. Fidel Castro chorou de riso. Soprava uma ligeira brisa no Malecón quando um anjo bom levou a alma do ditador cubano para o céu. Logo de seguida, Charlie Brown anunciou ao povo cubano que era livre. Decididamente, o Snoopy anda a tomar alguma substância alucinogénia.

 

2 -Foda-se Pai Natal

 

Foda-se, Pai Natal, repito, e restante família. Acabaram-se os postais de Boas-Festas. Essa era já a minha vontade desde há muito tempo, mas não a podia exprimir assim tão abertamente. Eu já tenho tudo aquilo o que posso ter. Até tenho um blog. Só não tenho o que mais quero. Que são as estrelas no meu bolso para as dar à Luzia. E foi isso sempre o que eu mais quis. Dar-lhe estrelas. E também dar as estrelas e os planetas ao Vasco e ao Axel. E oferecer, desembrulhadas, as constelações mais longínquas ao meu pai e à minha mãe, que já não posso ver, mas de quem sinto imensa falta. E recompensar os cantos de trigo e os rebuçados que a minha avó me deu pondo-se no teu lugar quando a abandonaste num Natal longínquo de 1966. Foda-se Pai Natal. Desculpa Pai Natal. Eu sempre pensei que não existias, mas agora sei que existes e que és uma grande merda. Simbolicamente, claro. E isso é muito pior do que se verdadeiramente não existisses. Transformaram-te em realidade, uma dura, crua e sinistra realidade. Uma obsessão. Uma conspiração contra os sentimentos, contra a beleza, contra a fraternidade. Contra a simplicidade das sensações mais íntimas e mais puras. Tu és só presentes. Tu és só presente. E os ausentes? Hã? E os ausentes? Onde estão os ausentes? Só cintilas com dinheiro. Só sorris no meio do desperdício e da futilidade. Só ajudas os que têm. Só iludes os que não são capazes de sonhar. E os ausentes, que tanta falta me fazem, onde estão? Foda-se, Pai Natal, deixaste que te transformassem num velho de barbas branquinhas todo vestido de vermelho. E, ainda por cima, gordo. Muito gordo. E que se ri como um comentarista de rádio que dá peidos sonoros, roucos, untuosos e vernáculos. Foda-se, Pai Natal, dás pena. Apetece mesmo dar-te com o pinheirinho artificial nas trombas e depois pôr-te à geada, enrolado em luzinhas intermitentes. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar. Sempre a piscar.

 

3 - Fugir

 

Meia-noite e há silêncio nas ruas. A festa é só amanhã, mas eu prefiro ir-me embora já hoje. Eu não gosto de festas. São manifestações pouco adequadas à minha maneira de ser. O convívio dá-me urticária e também me provoca tonturas e espasmos maniqueístas. Nas festas, ao contrário das outras pessoas, fico irascível, mal disposto, nervoso e começam-me a piscar os olhos sem sentido. Mas é sobretudo o barulho, aquilo que mais me perturba. E não há festa sem barulho. E eu não posso com o barulho. Assusta-me. Portanto, quando há festa no meu bairro fujo para a minha aldeia e ali passo dois dias desprezíveis mas sem dores de cabeça. E isso basta-me. Lá estabilizo as minhas preocupações existenciais. Sobretudo vivo de pequenas, mas preciosas, recordações. O olhar da minha avó. O cantar da minha tia. O choro da minha irmã. O vento assobiando nos ramos das árvores. O sol iluminando a igreja. A chuva regando os campos. A sombra deslizando na tarde. O paciente correr do rio. Os animais regressando dos lameiros ou do trabalho. Os homens e as mulheres cantando enquanto regam o jericó. O lento crepitar da lareira. O subtil e paciente ferver do caldo. O cozer das batatas no pote. O estrugir do arroz de tomate na panela. O simpático bater dos vizinhos na porta da cozinha. O vinho bebido pela caneca. No fim do dia adormeço sonhando com o impossível regresso ao passado.

 

Bonús – Tudo me lembra

 

Tenho saudades infinitas do som da chuva quando batia no zinco da parede de minha casa em noites frias e turbulentas de Inverno. Tenho infinitas saudades desse período mágico em que aprendia a sonhar com o lento cinzelar do tempo na cara da minha avó.
Tenho ainda infinitas saudades da luz clara do amanhecer em alvoradas inundadas de neve e frio. Tenho eternas saudades de pisar a neve dos caminhos pela primeira vez.
Tudo me lembra: os sons do vento, o gemido dos gatos, o ladrar monótono dos cães, o cantar das almas do purgatório, a conversa dos gigantes do Larouco, a agitação frenética das folhas mortas dos carvalhos, o tilintar das moedas no bolso do meu pai, o fumo a sair das chaminés tristes, o chorar das crianças desalentadas, o piar dos mochos, o brilho das geadas, a lareira a arder, a agitação do vento gelado fustigando as ovelhas, as palavras repetidas das missas de domingo, as brincadeiras em torno de um banco ou em cima de uma árvore, as nuvens a fugir no céu, o brilho das estrelas cadentes, o cheiro do feno, o cantar dos grilos nas tocas, os voos noturnos das bruxas, o grito aflitivo dos dementes, o sorriso discreto das vacas, o rastejar das cobras e dos lagartos, a água a correr nas pedras do castelo, o colher do musgo para o presépio, o corte picante dos ramos de azevinho, a água a ferver nos potes, o torrar do pão ao lume, a matança do porco, a leitura de histórias nas manhãs gloriosas de domingo, o sorriso apaziguador de minha mãe, o meu pai, o meu pai, o meu pai, e as minhas irmãs, e os meus amigos.

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