239 - Pérolas e diamantes: PSD, CDS e PS é tudo vinho da mesma pipa
Como o PSD e o CDS, também o PS quer que o Estado, tal como os bancos portugueses, seja uma casa de jogo.
A meu ver, o PS é apenas mais ingénuo, ou inculto, pois julga que basta ser maneta para ser Vénus do Nilo ou o almirante Nelson.
Todos sabemos agora que as fraquezas dos chefes ideológicos refletem-se necessariamente nos seus adeptos.
Quando seguimos por um caminho errado, recuar é a única forma de seguirmos em frente.
A “polifonia” resultante da apresentação de propostas feita pelos “economistas do PS”, no dia 20 de abril, mais não fez do que não deixar perceber praticamente nada das palavras e dos conceitos que foram proferidos. O PS de António Costa é mestre nestes “arranjos musicais” a várias vozes. Não é António Costa que fala, são os seus camaradas que cantam.
O que devemos exigir é entender as palavras, ou, no mínimo, o sentido final das propostas. Ou seja, o que fica para além da demagogia.
Sobre as qualidades dos políticos atuais, lembro-me sempre do que disse Verdi sobre Wagner: “Há pessoas que fazem crer aos outros que têm asas, porque, na realidade, não se aguentam nas pernas.”
Atrevo-me a dizer que Pedro Passos Coelho é o grande político das pequenas ideias e António Costa é o pequeno político das grandes ideias.
O primeiro é a modos como um professor de natação que não sabe nadar e o segundo um mestre de equitação que não sabe sequer montar um burro.
Os discursos de Pedro Passos Coelho fazem lembrar as desculpas maliciosas do lobo mau disfarçado de avozinha tentando enganar o Capuchinho Vermelho. Já as de António Costa parecem inspiradas nos discursos de Warren Harding (29º presidente dos Estados Unidos, considerado um dos piores presidente daquele país, tendo felizmente ocupado o cargo apenas durante dois anos), famosos por serem como “um exército de frases pomposas movendo-se pela paisagem à procura de uma ideia”.
Enquanto PPC é um indivíduo sisudo e com um sorriso de raposa matreira, António Costa revela-se um sujeito bonacheirão e de sorriso fácil. Nisso se diferenciam, quanto ao resto é tudo vinho da mesma pipa. Divergem no timing das medidas, mas concordam nas políticas centrais e no clientelismo político-partidário com que enxameiam o Estado. Afinal, ambos são dirigentes dos dois partidos que levaram o país à falência e que, aflitos com o dislate, chamaram a troika.
Da maneira indecorosa e arrogante como PPC governa já todos nos apercebemos, somos suas vítimas e também todos lhe conhecemos as consequências.
Sobre a putativa governação de AC, tudo leva a crer que será a modos como a do chefe definido por Napoleão: “Um general nunca sabe nada com toda a certeza, nunca vê claramente o inimigo e nunca sabe positivamente onde é que está.”
Além disso, o “fenómeno” (meteorito?) José Sócrates não nasceu de geração espontânea. É bom não esquecer que a sua incubadora foi o PS. Sem o PS, o ex-primeiro-ministro não passaria, com toda a certeza, de um medíocre engenheiro de província. É triste, mas é verdade.
Marinho Pinto diz, e com razão, que "a culpa é do povo português! Enquanto o povo não der um coice violento neste estado de coisas, eles (PSD, CDS e PS) vão continuar a abusar”.
Transferir o voto do PSD para o PS é o mesmo que sair da toca do lobo para nos enfiarmos na gruta do urso. Temos de ser mais ousados.
PS – Tchékhov dizia que “a arrogância é uma qualidade que fica bem aos perus” (ou talvez aos pavões que são aves de cauda mais vistosa). Por isso, mais uma vez solicitamos ao senhor presidente da CMC e aos seus distintos vereadores, que aprovem uma auditoria independente às contas da nossa autarquia. Quem não deve não teme.
PS 2 – Em nome da transparência, já agora senhor presidente, talvez fosse boa ideia aprovar conjuntamente uma auditoria externa às contas da JF de Santa Maria Maior.
PS 3 – Era um ato de coragem redentora, o senhor presidente deixar-se de desculpas de mau pagador e pôr fim ao deplorável espetáculo dos esgotos a céu aberto em Vale de Salgueiro – Outeiro Seco.