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TerçOLHO

Este é um espaço dedicado às imagens e às tensões textuais. O resto é pura neurastenia.

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29
Ago24

Poema Infinito (725): Orgasmos e etc.

João Madureira

IMG_4383 - cópia 2 (6).jpeg 

Há jovens que se preocupam com a fortuna e escrevem maus versos e más histórias e romances acrobáticos onde as ninfas fodem, ou se deixam foder, por faunos faustosos e desventurados. Apesar da fortuna e do sucesso, esses jovens que se vestem de botox, continuam a escrever maus romances, cheios de borboletas mal-fodidas, e más histórias de machos prepotentes e impotentes, e maus versos com pederastas debochados e fernandos pessoas bêbados de absinto e de herbertos helderes a comerem sarrabulho com garfos feitos de vírgulas vaginais. Pondichéry é uma terra onde Adília Lopes se dobrou para escrever a sua poesia reunida em magotes. E se vestiu com dardos e sedas e damascos e se disfarçou de concubina e serviu Labão e financiou a edição dos seus poemas e parou a meio de uma passagem para pagar portagem para vir poemar para as terras do interior. Do seu e do nosso interior. Musas a fazer fortuna só se forem putas bíblicas a foderem em hotéis de luxo. A tinta no tinteiro tanto serve para escrever boa como má poesia, bons romances como narrativas espremidas como os bifes do complexo de portnoy. Louvada seja a masturbação. A obstinação de Diderot, quando bem aproveitada, serve para passar rasteiras a Sísifo. Tanto na subida, como na descida dos montes. O mau poeta a sacrificar páginas em branco. E o romancista fiduciário de Roth a torcer frases como se fosse Uri Geller a dobrar colheres com o pensamento. Tanto a boa como a má literatura tem um truque. Esse truque baseia-se sempre na distração, que é a ferramenta básica do ilusionista. Mandrake é banda-desenhada pirosa. Apesar do ajudante malaio, ele é um amante vegetariano. Apenas se alimenta de genitálias híbridas. As metáforas nascem do lado problemático dos poemas, por isso permitem aproximações sexuais vertiginosas. Os poetas de maus versos e os romancista amadores de bifes bifurcados chamam às senhoras putas digníssimas meretrizes. O que é pior a emenda que o próprio soneto. Fêmeas babilónicas, cheias de sensualidade e luxúria, desencadeiam imaginação de monstruosas cópulas por parte dos amantes insones a quem as manhãs costumam encontrar dobrados ao meio por causa das rotinas. O amor repentino é como um iglô no meio do deserto. E disso nem o amor dos maus fazedores de versos rimados conseguem salvar a literatura. E esses brilhantes manuseadores escrevem com hieróglifos obscenos histórias ainda mais parvas do que as do Walt Disney. Poetas e romancistas a estrangularem frases como se fossem sexos estrangeiros. A luxúria não admite emigrantes. Há versos que podem ser perigosos como fogo. Por isso eu trago nos bolsos sempre uma caixa de cargas de tinta permanente com que alimento a minha caneta. Eu não costumo ler os meus poemas porque lhes tenho medo. São como cartas fechadas sem selo e sem remetente. Também se podem passar muitas horas a escrever maus versos. Ninguém os sabe distinguir dos bons versos. A verdade é que os bons versos não enriquecem ninguém. Há poetas que são vítimas de entropia e outros da estupidez. Uns que são vítimas do bom sexo. E outros do mau sexo. É mais fácil distingui-lo em palavras do que no próprio ato. É difícil discorrer sobre estes assuntos sem recorrer a linguagem ordinária. Mas no amor é frequente utilizarem-se palavras obscenas sem que ninguém se surpreenda ou dê o coito por interrompido. Orgasmo. Fim. Hesitação. Perseverança. Orgasmo. Fim. Etc.

26
Ago24

695 - Pérolas e Diamantes: Está na hora de...

João Madureira

Apresentação3-2 - cópia 5 (2).jpg 

Lembro-me de chorar baba e ranho no Café Terra Fria, em Montalegre, vendo o filme “Amor de Perdição”, de António Lopes Ribeiro, sobretudo no momento em que o cadáver de Simão Botelho é lançado à água e a infeliz e mal-amada Mariana o segue em mergulho suicida. Era o tempo em que se dizia serem as crianças o futuro da nação, mas mal chegavam a rapazes eram enfiados em quartéis e enviados para a guerra colonial defender a fé e o império. O que era mentira. A fé era uma treta vingativa e o império uma mentira andrajosa e espúria. Mas este pobre país viveu sempre envolto nas nuvens baixas de um nevoeiro sebastiânico coxo e enfezado. Lembro-me também de sentir o mesmo tipo de tristeza quando vi o filme “O Último dos Moicanos”, precisamente quando o infeliz índio de cabeça rapada e com poupa é morto por golpe de arma traiçoeira. Até a voz me tremia quando falava dessas aventuras cinematográficas com os meus amigos ou colegas. Era eu um rapaz frágil, em todos os sentidos. Possuía então a delirante mania do cinema. O que me levou a realizar algumas curtas-metragens em super8, inspirado por gente que frequentava a tertúlia intelectual do Vinte e Um, instalado num sótão do nosso pequeno Hotel Chelsea.

Por vezes vou até à minha aldeia. Passo pelo planalto, pelos prados e pelos baldios. Faço isso principalmente quando tudo começa a verdejar leve e timidamente. Paro por vezes, à beira da estrada, junto aos caminhos e ponho-me a reparar nas jovens urtigas pequenas e ainda delicadas, cujas pontas já se deixam ver à flor da terra. Ponho-me então a imaginar que dali a dois meses se vão transformar em plantas rígidas, altivas e ameaçadoras. Algumas pessoas são assim. Penso.

Penso então na cidade, nos canteiros dos jardins alinhados e geométricos. E nos relvados sujos com dejetos de cão. As pessoas parecem atordoadas. Põem-se em fila no multibanco para levantarem dinheiro, para irem comprar raspadinhas e hambúrgueres. Ou deslocam-se até aos Centros de Saúde marcar consulta. Ou dirigirem-se aos cemitérios para trocar as flores de plástico de inverno pelos narcisos, crisântemos e gerberas da primavera, naturais. A azáfama humana comove-me e perturba-me. Somos tão frágeis e transitórios. Tão expostos à destruição. A primavera da vida é um curto interlúdio entre o nascimento e a morte. Vivemos sitiados. Nos nossos corpos avança imparável a decomposição. Partem os nossos entes queridos e a sua memória esvanece-se como murmúrios até nada ficar. As recordações mais valiosas esfumam-se.

Por vezes visito museus. Parecem casas assombradas.

Questiono-me com frequência porque razão gostamos de certas pessoas e não de outras. Provavelmente o objetivo da evolução é uma questão estética e nada tem a ver com adaptações. Quero crer que à evolução interessa a beleza. Para isso é necessário alcançar as formas mais perfeitas. Dessa maneira, talvez a vida faça algum sentido. Os pessimistas são necessários para dar razão aos otimistas.

Depois, com a intervenção silenciosa do tempo, a beleza começa a dissipar-se sob uma rede de rugas e sulcos.

E por aqui andamos, soturnos e resignados, a reparar na amargura dos outros, a fingir entusiasmo, a esquecer o futuro e a ver ciscar os pombos nas calçadas. 

A inevitável realidade é demasiado devastadora. As coisas boas terminam de repente, enquanto as más continuam. A realidade atual tem fissuras e começa a notar-se-lhe uma brecha. É preciso coragem e paciência para reagir a esta ironia pós-moderna, a este liberalismo da treta, a esta democracia de pechisbeque.

A verdade é que os aspersores continuam a jorrar água nos jardins públicos e os cães continuam a defecar na relva verde. Concentro-me no estalido titânico do mecanismo, enquanto os pombos voam baixo, pousam na calçada, debicam as migalhas do chão e ciscam quando lhes apetece.

E as pessoas a experimentarem sorrisos.

Eu tento permanecer neutro.

Eu tento parecer neutro.

O melhor é uma pessoa deixar-se ir na corrente.

É defeito de fabrico, os escritores estão sempre a ver coisas que lá não estão. As pantomimas causam-me algum desconforto.

A luz da tarde ficou bloqueada. Os aspersores voltam a regar o jardim. Os donos continuam a passear os cães. Os cães voltam a defecar na relva. Os pombos voam baixo, pousam, bicam as migalhas e ciscam no empedrado. Está na hora de… voltar.

19
Ago24

694 - Pérolas e Diamantes: Andamos todos fartos e cheios...

João Madureira

Apresentação3-2 - cópia 4 (3).jpg 

As heranças são sempre problemáticas. Uma coisa é herdar riqueza e outra é herdar a pobreza. Mas há algo que me continua a intrigar, os pobres são sempre mais generosos que os ricos. Estou em crer que isso faz parte da sua genética. Os pobres gastam aquilo que têm e aquilo que não têm. Já os ricos, pois… cansam-se de bondade. Aos pobres ninguém os leva a sério. Aos ricos, pois… quando chegam a velhos sofrem de Alzheimer para se esquecerem de como enriqueceram. Os pobres vão à feira. Os ricos deslocam-se até ao mercado… de capitais. Os pobres são pessoas. Já os ricos são pessoas… boas.

No princípio não havia nada. Era só escuridão. Então chegou Deus e disse que se fizesse luz. E criou a terra e os mares, a erva, as árvores e os seus frutos. E as aves e os peixes. E do barro criou o homem, dizem que à sua imagem e semelhança. E colocou-o no meio de um jardim luxuriante em tons de verde, onde poderia viver feliz até ao final dos seus dias. No Éden, tudo lhe estava destinado. Deus apenas o proibiu de comer da árvore da ciência, do bem e do mal. Dizem, e nós acreditamos, que Adão se sentia só. Então Deus pegou numa das suas costelas e dela moldou Eva. Eva era uma mulher bonita, dentro da sua nudez pura. Eva era a carne da carne do Adão. Mas ele era vegetariano. Apenas pensava em comê-la. Metaforicamente. Apareceu uma serpente que convenceu Eva a desobedecer. Então Eva deitou-se numa cama de fetos e convenceu Adão a deitar-se em cima dela, mas ao contrário, para ver se as peças encaixavam. Alguém interpretou mal o guião divino, por isso Deus tentou novamente encenar a peça. Adão montou Eva de novo e Deus enfureceu-se a valer. Só Eva podia ser a culpada de tudo aquilo. Possuía, ou era possuída, pelo pecado, que tinha a forma de um buraco, e estava situado entre as suas pernas. Condenou-a a parir. E com dor. E a ele a comer o pão ázimo produto do suor do seu rosto. Estava descoberto o pobre. Deus expulsou-o do Jardim das Delícias, pelo portão das traseiras. Então resolveu criar outro Adão, mas não tão primário. Não sabemos lá muito bem o que lhe aconteceu, apenas que saiu pelo portão principal com a missão de procurar o outro Adão e o proteger, dando-lhe trabalho, educação religiosa e um tugúrio onde viver.

A verdade é que o livro dos livros não dá resposta a várias perguntas: Porque existem ricos e pobres? Porque existe Deus? Porque existem pecados? O que fazia uma serpente no paraíso? Qual a razão de a mulher ser inferior ao homem? Qual a razão de os homens beberem bagaço e possuírem barba? Por que razão quase todas as canções falam de amor?

Começou a nevar. Muitas pessoas já não se lembram de como é nevar. Do silêncio que se instala na cidade.

Antigamente tinha-se medo do frio. Tinha-se medo da fome. Tinha-se medo de Deus. Tinha-se medo do Demónio. Tinha-se medo de tudo. Enquanto o fumo vadiava dentro das cozinhas até encontrar respiradouro entre a telha-vã, as pessoas choravam e comiam.

A minha avó dizia que os pobres são muito lambareiros.

A rapaziada de agora, como dizia o mestre Aquilino, só serve para fanfar. Todos aprendem depressa a arte de dissimular. E até são capazes de rimar.

Afinal quem é que responde pelas voltas que o mundo dá? As resistências atuais são feitas de opiniões. E opiniões leva-as o vento. A atmosfera é peganhenta, feita de talvez sim, provavelmente sopas.

Andamos todos fartos de sobejos. Sobejam os ordenados, sobejam os empregos, sobeja a educação e a saúde. Sobeja-nos a cultura, pois agora já tudo sabe ler, escrever e contar. Sobejam os nove meses de inverno e os três de inferno. Sobejam as pombas. Sobeja-nos o fastio. E o amor. Sobejam-nos os sorrisos. Sobejam os arrotos a marisco. Sobejam as alvíssaras e os milagres dos enriquecimentos ilícitos. Sobejam-nos heróis do mar. Sobejam-nos ideias. E sobejam também os cogumelos nos montes porque é mais fácil ir comprá-los ao supermercado, já limpinhos e maneirinhos. Sobeja tudo. Nada nos falta. Por isso é que damos o voto tanto a Pedro como a Paulo. As ovelhas continuam a dar lã, o problema é que falta gente que as tosquie. Também nos sobeja a vontade porque não sabemos lá muito bem o que fazer com ela. Tudo se reduz a um problema de vontade. Olá futuro, prepara-te que nós estamos para chegar.

Já vamos a caminho.

12
Ago24

693 - Pérolas e Diamantes: A dor

João Madureira

Apresentação3-2 - cópia 3 (5).jpg 

Estou longe do mar e cheiro o longo instante das ondas e o frio das suas águas e vejo o terceiro minuto depois da partida e penso que tudo exige atenção e paciência e que é preciso vigiar o voo das gaivotas e a fé e as suas mudanças de cor e depois o ar começa a pousar sobre a areia e o sal a pegar-se à pele e nós a metermos no bolso o dia acabado de passar e a respirar devagarinho enquanto os pinheiros estremecem e as mulheres vocalizam oscilações e uma espécie antiga de vontade de chorar não de tristeza nem de alegria mas de um terceiro sentimento enquanto os velhos jardineiros tiram de dentro das luvas as suas mãos impregnadas de raízes e caules e folhas e flores e nuvens de forma vagarosa enquanto fecham os olhos para não chorarem e abrem a boca como passarinhos para se alimentarem de memórias que as suas mães lhes deixaram dentro da cabeça e assobiam e respiram e orvalham bocas sequiosas enquanto a noite se levanta e os dedos dos jovens desmontam pétalas e constroem paciências e falam entre si enquanto os grilos dentro das gaiolas começam a cantar e a comer-se uns aos outros por falta de espaço e os homens retiram da cabeça os chapéus como se fossem indignos de felicidade enquanto escutam sons murchos e então eu finjo acanhamento e delicadeza e imagino campos semeados de ternura e a Marquinhas da Ajuda a rezar o terço e a embaciar a redoma de vidro onde está a sagrada família feita de barro e a avó a acender os pavios de azeite enquanto chove nas pálpebras do pai que continua a fumar enquanto os cães acendem os seus latidos e os rapazes púberes sonham com nádegas das deusas gregas enquanto as mulheres maduras vão a caminho da missa e o sacristão toca o sino e os perus cantam glu glu glu e o sacristão toca dlão dlão dlão e o pai não diz nem sim nem não louvado seja o senhor e o nosso entusiasmo e o nosso fervor e a nossa admiração por Lázaro a crescerem que depois de ressuscitar logo se vai pentear e pôr brilhantina e eu a colecionar exatidões e declarações proféticas e a fazer crescer e a encolher a imaginação como se estivesse distraído ou à procura de algo que é difícil de encontrar como uma genitália em descanso à beira-mar enquanto os guerreiros fazem intervalos dos seus dramas e os garotos gritam como se tudo fosse ao mesmo tempo precário e divino enquanto os pirilampos mágicos iluminam nossas senhoras de alumínio pintadas à mão e depois começo a gostar de sopa de nabiças e a dizer palavras que consigo colocar entre parêntesis e a reparar nas rugas do pai e da mãe e a encher os bolsos com rebuçados e a dar migalhas de pão ao pintassilgo e a pendurar-me na porta da cozinha para levantar a espinhela ao mando das orações do Birtelo e depois a apalpar o bolso de trás das calças para sentir a fisga pronta para intercetar o voo dos pássaros assustados e o enfermeiro à espera que eu desça as calças para ficar com as nádegas ao léu para ele espetar a agulha da seringa e eu a marcar olhares e a imitar gestos e a lavar os dentes e o pai a fazer a barba com a gilete e a avó a rir-se para as horas infinitas e tudo a crescer depressa e eu a caminhar devagar e o tempo a crescer e o romance a acabar e o amor a ficar cada vez mais carnal e eu a precisar de silêncio e o pobre pai a morrer tão depressa e a sua morte a irromper de súbito pelo meu presente enquanto os acasos se vão formando da soma de várias partículas e a noite a falar comigo e eu a desfazer-me em angústia e a reconhecer cores e cheiros e luz enquanto tudo fala comigo e a casa de banho a encher-se de vapor e pavor tudo traduzido em surpresa e tonturas e lágrimas nos olhos dos pecadores que iluminam as ideias e a mãe a desfalecer e o pai a morrer depressa e a provocar-me dores terríveis no peito e eu a tentar escrever sonetos a Cristo e as rimas a caírem-me das mãos como se fossem chumbo e eu aos encontrões à tristeza e a enfiar nos bolsos rotos as catástrofes e as desgraças e o avô a dar pontapés no oratório e eu a riscar as palavras do catecismo enquanto a dimensão religiosa se vai perdendo como as notas produzidas pelas teclas de um piano enquanto a vida vai ficando cada vez mais cheia de uma ternura insuportável e repleta de páginas e páginas de espelhos que nada refletem e o meu olhar a voar sobre o mistério das coisas e o olhar a encravar e a encravar e a… que dor insupor… tá… vel…

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