A coerência religiosa
Tanto o Islão como o Cristianismo doutrinam as crianças no princípio de que a fé é inquestionável e, por isso mesmo, é uma virtude.
Enquanto aceitarmos o princípio de que a fé religiosa deve ser respeitada pelo simples facto de ser isso mesmo: fé religiosa, é extremamente difícil contradizer o respeito devido à sua fé por Osama Bin Laden e todos os bombistas suicidas. Como coerente é o Papa Ratzinger em defender, de novo, a existência do Inferno para os pecadores e apóstatas.
Voltaire bem avisou: “Quem conseguir fazer-nos acreditar em absurdos, conseguirá fazer-nos cometer atrocidades”. E Bertrand Russell, passados uns anos largos, lembrou: “Muitos há que mais depressa aceitam morrer do que pensar. E assim fazem de facto”.
Já estou a ouvir o argumento de que Bin Laden ou, também um pouco Ratzinger, são expressões do extremismo religioso, que é uma perversão da própria fé. Ora, ora, ora…
Deixai-me citar-vos Richard Dawkins: “Como pode haver maior perversão do que a fé, se a fé, carecendo de uma justificação objectiva, não possui um padrão demonstrável que se possa perverter?”
Atentemos na reflexão: “A fé é um mal precisamente porque não exige justificação e não permite qualquer discussão”.
Eis a epílogo, assente no fundamento: “Se se ensinasse as crianças a questionar e a analisar reflectidamente as suas crenças em vez de lhes ensinar a superior virtude de uma fé que nada pergunta, aposto que não haveria bombistas-suicidas.