Celebremos
Sempre me surpreendeu, mais pela tristeza e desencanto, do que por outra coisa qualquer, que lá na capital macrocéfala do nosso imperiozinho sebastianino de penedos e planícies incongruentes, se julguem civilizados porque fazem alarde dos uísques que bebem e dos passos de dança que “simiescamente” desenham pelas pistas que despejam luzes, quando não fumos do inferno. Metem pena os que se passeiam pelo Bairro Alto julgando-se a elite dos portugueses. O seu desregramento, que pensam fruto de alguma dúvida existencial, mais não é do que a exaltação da mediocridade e da futilidade mais bacoca e vazia. Fumam charros, ingerem estimulantes e bebem como se amanhã fosse o fim do mundo. Eles vivem esses momentos como o cúmulo da felicidade. Mas o seu mundo de toupeiras noctívagas, ou de peregrinos de hipermercados, é a mais ousada das inutilidades modernas.