Gostava de ser um poeta à maneira de Torga, “um desesperado que não desespera”. Mas, ai de mim, cada vez mais carregado de histórias, ou melhor, carregado com a cruz das recordações, sucumbo à pequenez do mundo. A intuição bem me avisou: a única maneira de não haver desilusões é não haver ilusões. Mas quem, de entre os mais estúpidos, ou mais avisados, nunca se deixou arrastar pela ilusão de um mundo melhor? Quem?