Filho do azar
Continuo filho do azar. Não acerto uma. Mesmo pondo o melhor de mim em cada propósito, mesmo carregando-me com a melhor das intenções, mesmo procedendo em conformidade com os cânones das ciências sociais e políticas, sai-me sempre tudo às avessas.
Mas sou assim, cabeçudo. Por isso, em vez de me resignar ao absurdo do desacerto, e depois de surpreendido perante os sucessivos malogros, continuo a teimar afanosamente contra a lógica do desapontamento. É que a esperança não é uma questão de sorte. É uma teimosia humana.

