21
Set06
Tu
João Madureira
Há no tempo uma curva que o torna implacável.
Há no espaço um desvio que o força ao infinito.
Há no infinito outro infinito e ainda outro e outro e assim sucessivamente até ao infinito do infinito do infinito.
No infinito.
Tu.
Percebem-se os momentos quando o vento sopra nos teus instintos agressivos.
Tu não o notas, mas eu sim.
Tu não o notas, mas eu sim.
Tu não. Eu sim.
Sim. Assim.
Tu.
Tudo o que volta se desfaz em desalento.
Tudo o que volta.
Desalento.
Tudo. Tudo. Tudo.
À volta. Desalento.
Tudo desalento. À volta.
Tudo não.
Tu.