Dizes-me…
Sou adepto da literatura de invasão.
Dizes-me que o autor é o seu próprio texto. Eu apenas sei que uma pessoa não se pode trair a si própria. Também tu, tal como Fernando Pessoa, vens de um planeta esquivo. Lá ensinam que, ao jeito de Paulo Coelho, os paraísos são carências portáteis.
Deixa-me citar-te Eduardo Lourenço: “A poesia não é essa espécie de canto ornamental da existência humana. Não. É aquilo que nos põe em contacto com qualquer coisa que até ali não víamos, não sentíamos. Passamos a ter uma outra visão, realmente”.