Por cá é mal entendida, e até condenada, a atitude salutar de mudar de ideias. Aqui nasce-se parvo e morre-se néscio. Mas para se mudar de ideias é necessário tê-las. De outra forma é impossível.
O mundo dos sábios divide-se entre aqueles que fazem perguntas idiotas sobre coisas sensatas e aqueles que fazem perguntas sensatas sobre coisas idiotas. Nenhum deles dá respostas válidas. Muitos nem sequer se dignam responder. Limitam-se a inverter a ordem dos fatores.
Duas palavras há que se adequam perfeitamente ao tempo que vivemos: “equívoco” e “inconsequência”. Os sujeitos que as impõem são quase admiráveis no seu jeito diabólico.
Continuamos a viver prisioneiros de dois fantasmas passados: o do Salazarismo e o do 25 de Abril. Por isso somos um país de oportunidades perdidas. A adesão à União Europeia é disso a prova mais concludente. E quanto ao futuro… bem, o futuro virá claramente carregado de tempestade verbal.
Relativamente ao fascismo, convém lembrar as palavras de Gregorio Marañon (Psicologia do Gesto): “A grande lição que a história nos dá cada dia, e que nós nunca queremos aprender, é que nunca existiu tirania que não hajam merecido os que a sofrem. Na realidade, o tirano é sempre o vingador das nossas próprias culpas.”
Os poderosos deste mundo prometem, e oferecem-nos, como prenda pelo nosso bom comportamento eleitoral um talhão de terreno na Lua. A nós dá-nos sempre um jeitaço. Aos nossos descendentes, quando o espaço lunar se esgotar, dar-lhes-ão uma leira em Marte, talvez com um poço de água salgada no meio. O seu futuro como proprietários é risonho.
Os pobres e desventurados encontram sempre uma pedra para atirar a quem está ainda mais abaixo do que eles.
Vai um tempo para cavalos loucos. Os defensores do multiculturalismo serôdio conseguiram que, por exemplo, na Grã-Bretanha seja permitido aos prisioneiros a prática do paganismo nas suas celas, incluindo orações, cânticos, leitura de textos “religiosos” e rituais.
Os prisioneiros podem usar mantos sem capuz, paus flexíveis em forma de varinhas mágicas, cálices e pedras rúnicas. Estas práticas infantis e ridículas, segundo o Daily Mail de 18 de outubro de 2005, seguiram-se a uma decisão governamental que permitiu a um marinheiro da Marinha Real ter o direito de executar rituais satânicos e adorar o demónio a bordo da fragata HMS Cumberland.
No cerne do multiculturalismo está a peregrina ideia do igualitarismo em que a cultura e o estilo de vida de toda a gente têm igual valia e estatuto moral. Ou seja, a moralidade foi privatizada.
Atualmente já não se pergunta “o que está correto?”, mas sim “o que é correto para mim?”
São Paulo foi substituído por Jean-Jacques Rosseau. O pecado original deu lugar à doutrina da inocência original. O prevaricador foi substituído pelo bom selvagem.
A emergência do individualismo e o ataque feroz à autoridade abriram o caminho para uma ofensiva ainda mais fundamentalista à cultura ocidental. As doutrinas niilistas do pós-modernismo hoje em voga reduziram tudo, sobretudo os conceitos de verdade e objetividade, à ausência de sentido.
Os códigos morais da nossa sociedade estão a ser profundamente subvertidos e enfraquecidos à medida que caem todas as barreiras. Por exemplo, grupos anteriormente marginalizados, como as mães solteiras ou os transexuais, transformaram-se atualmente nos árbitros da moralidade.
Este tipo de relativismo moral leva a que as pessoas sejam incapazes de fazerem distinções morais baseadas nos comportamentos. Este tipo de equivalência ética transforma-se invariavelmente em inversão moral, desculpando os “grupo-vítima” e culpando a “maioria opressora”. Tentam levar a “luta de classes” para o campo dos costumes.
Está claro que todas estas questões devem ser discutidas com moderação. Mas nunca devendo esquecer que a tal moderação deve incluir sempre razoabilidade, veracidade e equidade.
O que mais me preocupa é ver por aí os nossos pais ou avós encurralados em prédios dotados de conforto e lindas flores de plástico, que já não se chamam asilos, mas antes casas de repouso ou da terceira idade ou outro eufemismo pelo estilo, gastando o tempo que lhes resta com joguinhos de crianças.
Os argumentos para a situação até têm o seu peso: os apartamentos em geral são pequenos, cada geração tem a sua própria maneira de viver, os filhos trabalham e por isso não têm tempo para lhes dispensar os cuidados que necessitam. As instituições que cuidam deles prestam-lhes uma eficiente atenção, por vezes até melhor do que a família pode prestar.
Tudo isto é verdade. As pessoas são mesmo carinhosas e os profissionais são competentes e atenciosos. Mas o carinho de uma enfermeira, de um médico e de uma assistente social não compensam a solidão porque passam nem substituem o amor e o carinho familiares. Esse é insubstituível.
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