O caminho breve das raparigas
Senhor trago nas minhas veias a festa redonda como se eu fosse um homem executado, como se a lâmpada dos pobres me escurecesse o sangue. A força que eu julgava incendiada estremeceu na mão fria da noite. É o escurecer quem situa as coisas na consciência do fogo, nele repousa a porta velada por deus quando o amor dos rios carrega os objectos cegos que suportam a humildade da palavra dada. Depressa as ervas vestem o desenho demorado da boca dos amantes. O caminho breve entardece nos passos das raparigas. Fica fecundo o desejo do amor e os olhos das planícies voltam às fontes da paixão. A minha alma desfaleceu no sonho irregular dos carvalhos. A tua mão triste pôs-me na boca a ave ferida da saudade. Sou o teu sonho vagabundo. Por isso tenho saudades tuas mesmo quando estou agarradinho a ti.