Espero-te devagar na escuridão
Espero-te devagar na escuridão, quando a noite gotejante brinca na polifonia dos insectos. Ainda se sentem os gritos no soluço dos anjos. O jardim inquieto cai inteiro a teus pés. O brilho calmo das casas recebe o orvalho que já molhou navios. Sangram as veias dos montes e a vaidade demonstra que as aldeias estão cegas de dia. Musil grita alto que todos os caminhos para o espírito partem da alma, mas nenhum a ela regressa. Do outro lado da madrugada um galo responde-lhe: có-có-ró-có-có.