Arde a certeza da paz. E…
Este futuro tem o amor atrasado. Arde o mundo ao teu redor e os homens mortos caem como aves silenciosas. É a certeza do céu o que atrasa os dias de paz. Quatro são as noites do degelo lá onde a fé nos dias insinua a felicidade das lâminas aquecidas. É pálida a riqueza quando a muralha desaba sobre a invasão dos bárbaros. As veias transportam agora sangue frio. Sim, as veias agora transportam a confusão das espadas triunfantes que amortalham a súplica da aflição. É inútil a cólera dos mortos. As borboletas usam cabeleiras curvas, ou conchas, ou tempestades tenras. Tu bordas sorrisos no ferro das estátuas. É essa a tua vaidade. É esse o teu segredo. Dizes que te assustam os homens esquivos. Por isso estou inseguro. O mundo nasce todos os dias e com ele desejamos a sabedoria feliz dos sonhos. À noite moldas portas sentadas no perfil da areia. Nos cruzamentos das cidades a vida salta no vazio das paixões. Queima este frio dos heróis que se transformam em nome de ruas. O punhal da indiferença ainda abre chagas na nudez dos amantes. À noite a solidão cerca-nos com o seu arame farpado e…
Eu colecciono guardadores de rebanhos enquanto o mundo arde. É essa uma dor nula. É esse o silêncio de tudo. Debaixo dos ramos das árvores do parque alguém grita e… Este futuro tem o amor atrasado. Arde a certeza da paz. E…