Os incêndios altíssimos
Deitado repousa o pássaro de fogo que ameaça a tensão da tua língua que permanece presa na desordem da matéria como se tu fosses apenas um sistema de sangue nervoso pulsando junto às raízes da dança poderosa que é fonte geradora do desejo e por isso há quem diga que as raparigas já não são divinas mas o mar vive para matar saudades do sal da terra e as portas enfrentam o nada como se de nada se tratasse e assim crescemos com a boca cheia de água e com incêndios altíssimos chegados no tempo da respiração irrequieta e a alegria salta no peito soberano dos cavalos e alguém apoiado na harmonia sonha que é louco e assim sucessivamente…