Dizem que sim
Dizem que sim. Que o diálogo entre civilizações continua. Que a abertura entre as diversas religiões se estende. Mas todos nós sabemos que no meio existe um mar repleto de indiferença dissimulado entre os tímidos simulacros de amor e as efémeras fragrâncias do ódio. Pela economia, o diálogo cristão e muçulmano progride. Pelo cérebro, o encefalograma é uma linha morta.
André Glucksmann (O Bem e o Mal) descreveu bem a situação do mundo actual, pois os breves encontros entre intelectuais, quadros e responsáveis de todos os credos e ideologias ficam em águas de bacalhau. A situação não nos surpreende. A receita é sempre a mesma: “Falar sem nada dizer, viajar sem nada fazer, visitar sem nada ver, constituem o habitual dos diálogos culturais”.