Pushkin apareceu-me…
Vi os grandes montes de giestas e urzes sob o céu azul quando os corvos se libertavam da humidade nocturna. O teu rosto era inacessível, ali, no meio da desagregação das formas. Vi que os teus gestos se recompunham dentro de mim sob o modo intacto da inocência. Procurei o frágil equilíbrio da poesia e passei a escrever fora dos limites da variação do vento. Senti as árvores a nascerem das almas frias das janelas. A casa era uma noite sobre falésias com o objectivo preciso de reproduzir a solidão. Pushkin apareceu-me morto depois do duelo. Não chorava, apenas acariciava a testa como quem pensa se valeu a pena deixar de existir daquela maneira.