28
Jun06
Olá
João Madureira
Lá ao longe um avião desapareceu do nosso campo de visão. Agora só vemos nuvens e azul. É bonito o azul. São bonitas as nuvens.
Está um céu agradável.
Por vezes tudo é memória e bem-estar. E mais memória. E mais memória.
Quanto ao bem-estar, nem por isso.
Parece que não vemos nada quando espreitamos o universo inteiro numa gota de água, ou num olhar distraído, ou numa saudade de convívio.
Tudo anda centrado em superfluidade. Em acrescentos. Em mobilidade. Em juntar o supérfluo ao remanescente, o sobejante ao excessivo, o ínfimo ao irrisório, ou o ridículo ao irrelevante.
Mesmo olhando para o lado, mesmo parecendo distraído, o olhar lá esta a exprimir que o óbvio não se pronuncia entre pessoas que se querem.
Nem sempre o centro das nossas atenções está ao centro.
Nem é esse o perfil de quem saboreia.