13
Mar06
Espera perpétua
João Madureira
Reflectem-se as casas e as árvores nas águas do rio.
Os anjos de pedra da igreja contemplam estupefactos a Veiga de Chaves.
Lá ao longe descobrem ninhos e pássaros atormentados pela fuga das pessoas para a cidade.
Nas estradas circulam os carros sempre para um lado e para o outro. Sem descanso. Sem rumo. Sem sentido.
Impávida e serena, a Ponte Romana deixa passar as pessoas por cima da água sem se molharem.
Nada mais quer. Nada mais deseja.
Só lhe resta esperar pela placidez bárbara dos tempos.