01
Mar06
Degrau a degrau
João Madureira
Por vezes acontece-me ver o mundo às avessas.
Mas seja qual for o ângulo, existe sempre beleza naquilo que a tem. Diluída ou não. Sincrética ou não. Fluida ou não.
As casas remetem-nos sempre para os silêncios íntimos da vida partilhada.
As janelas com vidrinhos sugerem-nos equilíbrios instáveis.
A luz que se reflecte nas vidraças aquece a lascívia dos observadores indulgentes.
Posteriormente chega-nos a transparência do rio, que reproduz a beleza permanente do que é sadio.
Assim nos cansa o dia e nos descansa a noite.