23
Nov06
A glória dos arcos
João Madureira
Vejo-te em contraluz e tudo resplandece.
Lá ao fundo os teus arcos começam a ausentar-se.
Entretanto o rio continua a correr ao teu encontro.
Desatina a paciência milenar.
Enfiam-se as pedras nos livros dos poetas decadentes.
É essa uma decadência árdua e não premeditada.
És como um pináculo, uma obra feita para voar ao encontro das melancolias.
Tomo-te nos braços enfeitados e adormeço.
És um assombro.